As ações de enfrentamento da crise climática e seu impacto na oferta de água foi o foco do encontro entre representantes da Sanepar, da Corsan, do Rio Grande do Sul, e Casan, de Santa Catarina com técnicos da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (Aesbe). A reunião, realizada quinta e sexta-feira (20 e 21), em Porto Alegre, foi proposta pelo presidente da Funasa, Alexandre Motta, para tratar de temas importantes do saneamento para a Sul do País.
O principal objetivo foi a busca da cooperação técnica e a troca de informações implementadas em cada estado durante o período a estiagem e o período de enchentes que têm atingido a região desde 2020. Neste ano, a estiagem atinge pelo menos 100 municípios do Oeste catarinense. O Rio Grande do Sul também vive o drama da estiagem em muitas regiões do Estado.
A Sanepar, representada pelo Diretor de Operações, Sérgio Wippel, teve a incumbência de mostrar o trabalho e as ações desenvolvidas em diversas cidades do Paraná, e em especial, em Curitiba e nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba, nos anos 2020/2021, durante a pior estiagem num cenário de 90 anos. A situação obrigou o Governo do Estado a decretar emergência hídrica.
O diretor falou também da elevação das temperaturas e das ondas de calor que, por consequência, fazem com que o consumo extrapole as médias históricas e, ainda, do excesso de chuvas que causam danos e comprometem o abastecimento, quer seja por danos em equipamentos e falta de energia ou por alterações nos mananciais com aumento de turbidez da água.
Wippel apresentou as ações desenvolvidas pela Sanepar para mitigar os efeitos nos sistemas. Dentre as mais de 20 intervenções, destacou a ativação de fontes incrementais de água, a implantação de sistemas de rodízio para garantir a água para todos, mesmo que de forma intercalada, a transposição de água de outros mananciais, a busca de água em pedreiras, denominada de "ação para tirar água de pedra", e o fazer chover nas bacias hidrográficas, com a semeadura de nuvens por meio de serviços aéreos.
O diretor propôs à Funasa que sejam locados recursos em coleta e tratamento de esgoto, no âmbito do programa de saneamento rural, e trabalho integrado com a Fundação para apresentar projetos de baixo custo para estes sistemas. "A parceria, a cooperação técnica e a troca de informações favorecem o desenvolvimento de ações, a busca de alternativas individuais e coletivas que possam mitigar os efeitos quer seja do excesso de chuvas ou de estiagens prolongadas", destacou o diretor.