Por: Vinicius Lummertz*

É hora de unir o Brasil

Mais de 124 milhões de brasileiros compareceram às urnas no último domingo de forma civilizada, na eleição presidencial mais disputada desde a redemocratização. Com um novo presidente eleito e todos os governadores definidos, agora é hora de o país acalmar os ânimos e iniciar um processo pacífico de transição que vise o bem do Brasil.

O presidente Lula assume em 1º de janeiro o seu terceiro mandato na presidência da República exatos 12 anos após deixar o cargo. O Brasil mudou muito nesse período. São novos desafios e uma nova realidade. Mas há também problemas antigos que nunca foram debatidos com a seriedade que merecem.

Um dos grandes desafios, como escrevi neste espaço na última semana, é criar condições para o aumento da competitividade e da produtividade da economia e do trabalhador, algo essencial para resolver o problema do emprego e dos baixos salários no país. Precisamos nos modernizar para ter um ambiente de negócios capaz de ampliar o empreendedorismo. As reformas não podem e nem devem ser algo abstrato e teórico. Precisamos de reformas que unam as agendas econômicas, que permitam mais eficiência das empresas e dos negócios e, consequentemente, que gerem ganho de produtividade.

O Brasil é um país de enorme potencial, mas algumas amarras e retrocessos impedem o nosso desenvolvimento de forma pujante. O turismo é uma das áreas que pode colaborar decisivamente para o crescimento do país. No entanto, infelizmente o setor foi deixado de lado mais uma vez durante a campanha.

Como sempre reforço, o turismo e o agronegócio são as duas grandes vantagens competitivas do Brasil. Estimativas do Conselho Mundial de Turismo e Viagens (WTTC, na sigla em inglês) apontam que um terço dos empregos gerados no mundo nos próximos anos estarão ligados ao turismo de forma direta, indireta ou induzida.

Com tantas belezas naturais, é inaceitável que o país não consiga desenvolver um turismo forte. Na década de 1950, foi construído o único hotel localizado dentro de um parque natural no Brasil. Com vistas para as magníficas quedas d'água, o hotel se transformou em um dos melhores do Brasil. Desde então, nenhum outro empreendimento do tipo foi autorizado. Um retrocesso que impede o desenvolvimento de um turismo sustentável e rentável a todo o país.

Como ex-ministro do Turismo, ex-presidente da Embratur, ex-presidente do Conselho Nacional do Turismo, ex-secretário de Turismo de Florianópolis e atual Secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, conheço de perto o potencial desse setor para desenvolver a economia brasileira e melhorar a vida de toda a população.

O turismo já é responsável por cerca de 7% do PIB e dos empregos no Brasil, com uma geração de receita de R$ 560 bilhões no país no ano passado - ainda sob os efeitos da pandemia. No Estado de São Paulo, o ano de 2022 deverá fechar com um recorde histórico

*Secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo

 

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