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2022 está acabando. 2024 é logo ali

Quando acaba uma eleição, os políticos começam a olhar para a próxima. Assim é a natureza do processo eleitoral e dos partidos políticos.

A eleição de 2024 é para os cargos de prefeito e vereador. Ela cria as bases dos partidos nos municípios. Há tempos defendo que a eleição deveria ser unificada. Seria uma economia de recursos, ajudaria os partidos a criarem um discurso único e a terem mais nitidez para o eleitor.

Talvez esta seja uma boa pauta para o novo Congresso.

Mas a Cidade do Rio terá uma eleição bem interessante. O prefeito Eduardo Paes deverá tentar seu quarto mandato à frente da administração municipal. Caso consiga sucesso, será um recorde em uma cidade que os eleitores costumam cansar dos políticos com uma certa brevidade. César Maia chamava isso de "fadiga de material".

Eduardo Paes, com o pragmatismo que lhe é peculiar, apostou suas fichas no Lula, na busca de fechar o campo da esquerda com ele, já que em um movimento equivocado, subestimou o governador Cláudio Castro não o apoiando para a reeleição.

Neste caso, sua vaidade falou mais alto que a sua esperteza política.

Não será uma tarefa fácil . O PSOL já se articula para lançar e buscar apoios para o deputado eleito Tarcísio Mota. Alessandro Molon, se não tiver um Ministério, provavelmente se lançará à prefeitura, hipótese que já pensava quando se lançou ao Senado, contra tudo e contra todos.

Contra Paes pesa o fato de já vai estar há 12 anos à frente da prefeitura, na sua reeleição. Difícil dizer ao eleitor o que ele fará nos próximos quatro anos que já não tenha feito nos últimos 12, quando contou com recursos em abundância, o que nenhum outro governante da cidade teve.

Pesa a favor de Paes o fato de que, do centro para a direita, campo que saiu vitorioso nesta eleição, não tem um candidato nato, mesmo com nomes já aparecendo.

Dr. Luizinho e Otoni de Paula são alguns que já se apresentaram. Certamente, será decisiva a posição do governador e do presidente Bolsonaro.

Os dois foram vitoriosos na capital e o governador terá uma máquina poderosa e azeitada para atender demandas da população.

Difícil o Bolsonaro, também no seu berço político, não se dedicar a tirar Paes do Palácio da Cidade. Os dois tiveram duras colisões nesta eleição .

Será uma pleito bem agitado. Vale a pena comprar a pipoca e reservar o lugar para assistir de camarote este embate.

*Ex-deputado e

consultor político

 

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