É impressionante como o presidente Lula vem se transformando no seu pior adversário. Com declarações estapafúrdias todos os dias, criando uma série de celeumas e de conflitos, a sensação que se tem é de que ele não saiu da campanha, ainda.
O seu antecessor tinha como marca, justamente, a verborragia, a fala de frases impróprias em alguns momentos... Enfim, essa era uma das maiores críticas que Jair Bolsonaro sofria. Lula, ao invés de fazer o contraponto, parece que está indo pelo mesmo caminho, ou melhor, está querendo aperfeiçoar esse estilo, digamos, beligerante e verborrágico de ser.
Um dia sim e outro também, critica altas taxas de juros como se elas tivessem subido no seu governo, quando isso vem acontecendo desde o ano passado, por conta da expectativa de inflação alta, não só no Brasil como no mundo inteiro. E, bem da verdade, o seu governo não ajuda a diminuir as expectativas quando adota medidas populistas, aumento de despesas, aumento de ministérios que, certamente, vai acarretar em aumento pessoal e do custeio da máquina, além de ainda não ter apresentado um arcabouço fiscal em quase 100 dias de mandato.
Não bastasse isso, resolveu ressuscitar o Sérgio Moro como um grande personagem político, quando numa entrevista a um site de esquerda diz que só iria ficar satisfeito quando destruísse o ex-juiz e que ele voltou para se vingar. Ou seja, um surto de sinceridade de quem vendeu que faria o "governo do amor".
Lula está perdendo uma enorme oportunidade de acalmar o Brasil, acalmar os ânimos e poder entrar para a história, no seu terceiro mandato, como alguém que conseguiu fazer mudanças estruturais. Ele deveria se dedicar, por exemplo, a reformas tributária e política que arrumem de vez o país, aumentem a representatividade popular e a igualdade de disputa. O presidente deve fazer reformas que possam equilibrar o país. Chega de gambiarras!
Mas parece que o objetivo dele é só a beligerância, a briga e manter um país tensionado, sempre com um inimigo imaginário.
*Ex-deputado e
consultor político
