É estranho ver como a versão do erro dos traficantes que vitimaram os três médicos na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, tem um peso diferente quando é visto que os mesmos assassinos foram mortos. Porém, por quem eles foram mortos? Pela polícia, que em um combate acabou vitimando os delinquentes?
Absolutamente. A morte veio do poder paralelo, dos mesmos que mandaram matar os médicos por engano. Para muitos a ideia de justiça feita, do dente por dente já é o suficiente. Talvez por falta de conhecimento ou o simples cansaço da impunidade de ver bandidos matando pessoas e saindo pela porta da frente, essas pessoas acreditam que o certo foi feito.
Mas na realidade, esse acontecimento só demonstra o terrorismo que o Rio de Janeiro se encontra. Onde o bandido cria o próprio júri que condena e cumpre a sentença. Hoje foi feito em cima dos bandidos que mataram inocentes, mas amanhã quem garante que o mesmo júri não resolva condenar um inocente? Basta lembrar o caso Tim Lopes que marcou uma era no jornalismo após o profissional de comunicação ser pego e passar pelo júri do tráfico de drogas.
É ainda mais assustar entender que tudo isso nasceu de uma conferência de dentro da cadeia e que só agora os bloqueadores de celular passarão a ser usados. Quantas mortes, inclusive inocentes, não poderiam ter sido poupadas se esses bloqueadores já não tivessem sido usados lá atrás. Atualmente, o fluminense precisa conviver com o tráfico de drogas, a milícia, os assaltos, as balas perdidas e isso é tão assustador e parece sem fim, que ver bandidos sendo mortos por bandidos, para muitos, é quase heroico.
