Um feriado prolongado que tinha tudo para ser mais uma data marcada em 2023 pela contribuição com a economia brasileira, não foi bem assim em algumas regiões do estado de São Paulo.
Tudo começou na quinta-feira, 2 de novembro, com uma tal 'manutenção' em linhas da CPTM. Turistas, que acabavam de chegar à capital paulista para o feriadão, se misturaram a trabalhadores e o estresse de filas e mais filas para conseguirem chegar aos seus destinos pelo meio de transporte de trilhos. Porém, não sabiam o que lhe esperavam no dia seguinte...
Para quem esteve na Região Metropolitana de São Paulo e também na região de Sorocaba, pelo menos, as 'mil maravilhas' de um feriado prolongado foi pro ralo (bueiro) abaixo, literalmente, na tarde de sexta-feira, 3 de novembro. Um vendaval, com fortes chuvas, deixou um rastro de destruição e o pior, deixou milhões de pessoas sem energia elétrica.
Muitas famílias e turistas acreditavam que aquilo iria ser resolvido rapidamente. Porém, isso não aconteceu. Em algumas regiões, a 'luz' voltou cerca de sete horas depois da passagem do temporal, já em outras, ela nem se quer deu as caras nesta segunda-feira, 6 de novembro — cerca de 400 mil endereços continuam sem energia elétrica em mais de 20 municípios paulistas.
Agora, vem a reflexão do nosso título: enquanto São Paulo estava passando por esse caos, a capital fluminense recebeu grandes eventos como a Final de Libertadores, shows internacionais e nacionais, além de milhares de turistas de lotaram a hotelaria carioca — mais de 90% dos hotéis estiveram cheios. Imaginem se isso tudo fosse acontecer em São Paulo...
Diante de toda essa realidade, só podemos concluir que o estado mais populoso do país está com atraso para lidas com eventos climáticos e isso precisa ser revertido, urgentemente. Lembrando que o GP do Brasil aconteceu neste fim de semana e por 'sorte', o município de SP não foi tão afetado como os demais em seu entorno. Mas mesmo assim, o evento foi prejudicado.
Não podemos deixar de citar a falta de água. Condomínios tiveram que apelar para as piscinas — por conta de estarem sem energia elétrica. Além de entregarem garrafas de água potável para os moradores e hóspedes. Imaginem o quanto de alimento também estragou...
Um fato que chamou muito a nossa atenção foi com a água do município de São Roque, no interior do estado, que moradores foram informados, no último domingo, que estava, possivelmente, contaminada e era para ser evitada. Existiram relatos de anormalidade no odor. A própria prefeitura da cidade emitiu nota alertando pelo fato e auxiliando a população.
Essas falhas cometidas por gestores públicos frente aos já esperados eventos naturais extremos — diante do aquecimento global — não pode ser realidade em um estado tão rico. Ações poderiam ter amenizado o impacto dos ventos. Esperamos que isso não aconteça novamente e que as medidas preventivas sejam prioridade para as companhias de energia do estado e autoridades. Como um território tão rico ainda não pensou em solução à infraestrutura urbana, como o manejo adequado de árvores e também o enterramento dos cabos de comunicação e energia elétrica?
Já se passaram três dias, comércios, hotéis, casas noturnas e residências continuam sendo prejudicados. Quem pagará por esse prejuízo?