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Juros terminam o ano ainda em dois dígitos

Algo que já era esperado para o segundo semestre, se concretizou: a taxa básica de juros encerrar o ano fora da zona de 13%. A queda da Selic começou, coincidentemente, com a ida de Gabriel Galípolo, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para uma das diretorias do Banco Central. Desde então, a taxa vem tendo uma decrescente, até chegar ao patamar esperado pelo mercado, contando com as variações de 0,25 a 0,5 ponto percentual, mas não fugindo muito da margem de 11,75% (valor que se encerra no ano) a 11,25%.

Com a Selic saindo dos 13% e se encaminhando para ficar próximo dos 10% em 2024, a tendência é de reaquecimento no mercado, em especial às compras parceladas. Muitos setores da economia, como o industrial, sentiram o baque pós-pandemia da taxa em um patamar elevado. Por mais que as justificativas técnicas do Banco Central, sob a voz do presidente Roberto Campos Neto, eram condizentes com a realidade nacional e internacional, muitos já queriam a queda ainda no primeiro semestre. Porém, a cautela com os projetos do governo na área econômica, junto com as negociações com o Congresso, também ficou na conta para a manutenção da Selic em 13,75% no primeiro semestre.

O novo arcabouço fiscal e uma possível reforma tributária em 2024 podem influenciar ainda mais o Banco Central para fazer a taxa cair em 0,5 ponto percentual a cada reunião do Copom. Ou mesmo, se o tiro do governo não for o imaginado, ficar estagnada neste percentual. E, para finalizar, em dezembro de 2024 termina o mandato de Campos Neto à frente do Banco Central. A tendência é de que o economista passe o bastão para Galípolo.

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