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No final, quem paga essa conta?

Durante a última sessão do Congresso Nacional, realizada na sexta-feira (22), o Orçamento de 2024 foi aprovado, com o fundo eleitoral muito bem abastecido para as eleições municipais do ano que vem: aproximadamente R$ 4,9 bilhões para financiar campanhas às prefeituras e câmaras municipais. O valor recorde, equivale ao das campanhas de presidente, governadores, deputados e senadores, em 2022. E na eleição municipal de 2020, o valor chegou na casa dos R$ 2 bilhões.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou a aliados que o valor de R$ 2 bilhões não foi suficiente para bancar as campanhas de prefeitos e vereadores em 2020. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, difere deste raciocínio. Tanto que durante um café com jornalistas, na sexta-feira, afirmou discordar ''totalmente'' do valor recorde do ''fundão'', e que teria sido um erro grave do Congresso a aprovação do montante (um tanto generoso e robusto).

Além do ''fundão'', dentro do Orçamento de 2024 aprovado pelos parlamentares, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi desidratado com o corte de recursos no valor de R$ 7 bilhões, e com mais um recorde: o de emendas parlamentares, no valor aproximado de R$ 53 bilhões. Haja cifras, não é mesmo? Retira-se investimentos do PAC e de programas sociais. Mas os cofres do chamado ''fundão'' e o de emendas são cada vez mais abastecidos. E sem essa história de cortes. Ao contrário: é acréscimo após acréscimo, com cifras e mais cifras, que a população que vive nas periferias (e que dependeria do PAC, por exemplo), desconhecem e nunca viram na vida tanto dinheiro.

Sabe quando um amigo ou parente (bem malandro) chama os seus ''chegados'' para jantar no restaurante mais caro da cidade, se alimenta de tudo do bom e do melhor, bebe o vinho mais caro da casa e, ao final, se levanta da mesa para ir ao toalete, mas não retorna para pagar a conta do luxo consumido?... Nos remete ao comportamento dos nossos congressistas. Usufruirão do banquete com volumosos recursos. E quem pagará a conta monumental? Como sempre, a população brasileira, que nem sequer verá a cor do filé mignon.

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