Por: Aristóteles Drummond

O Rio é de todos

Uma das marcas do carioca no afeto dos brasileiros e estrangeiros que aqui chegam é a de considerar como cariocas os que vivem na cidade e adotam o astral alegre, descontraído e solidário. Aqueles que fazem sucesso são acolhidos e reconhecidos.

A festa da virada do ano já supera o carnaval na atração de todos e agrega, além da alegria da festa de Momo, o espírito fraterno e cordial da cultura judaico-cristã. O Rio não aceita preconceitos por natureza, pelo ambiente reinante nas relações na população multirracial e cosmopolita.

No meio empresarial, os mais notáveis são motivados pelo ideal de juntar lucratividade ao prazer de realizar algo pela cidade. Um ganho extra. O comércio e restauração tem a marca de portugueses, espanhóis, judeus, libaneses e italianos.

Nosso melhor do entretenimento tem as digitais de não nascidos na Cidade Maravilhosa. Seus mais notáveis empreendimentos no turismo — Pão de Açúcar, Corcovado, Oceanário, Roda Gigante e o Parque Jurássico, tem a dedicação do mineiro Sávio Neves. Há décadas, a animação passa pelo paulista Ricardo Amaral. Entre os nossos políticos que deixaram exemplos dignificantes, muitos eram de fora, como o gaúcho Gilberto Marinho, o baiano Nelson Carneiro, o mato-grossense Roberto Campos e o mineiro Negrão de Lima.

O Rio não faz diferença, tendo tido referências também em cariocas como Roberto Marinho, Tom Jobim, os irmãos Medina e o primo destes José Isaac Peres. Agora o fenômeno do empreendimento para o Rio é Alexandre Accioly, que toca os dois maiores projetos de recuperação da zona sul turística, o novo Roxy, como megacasa de espetáculos, e a revitalização do Jardim de Alah, depois de décadas de degradação.

Nesta virada de ano, temos de valorizar os que contribuem para o Rio de todos voltar a seus melhores dias. A responsabilidade não é apenas dos governantes — bons, neste momento —, mas de todos.

Feliz Ano Novo, cariocas de todos os lugares.

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