Mais uma vez não foi a intenção...
Quando falamos de grandes empresas, sejam elas nacionais ou internacionais, associamos o seu sucesso aos profissionais dedicados que nelas trabalham. Imaginamos que setores sejam comandados por pessoas responsáveis. Quando falamos em comunicação então, nossa área de trabalho, a questão é ainda mais séria. Como pensar que a imagem de uma empresa popularmente conhecida, que tem seus produtos utilizados por grande parte das famílias brasileiras, consegue se envolver em um possível caso de racismo nos dias atuais? Se antes isso já era inadmissível, hoje em dia, nem se fala...
Uma conhecida marca de detergentes foi acusada de racismo recentemente por ter instalado uma escultura de uma mão negra segurando um limpador multiuso em um bairro rico de Salvador, capital baiana. Segundo a empresa dona da marca, ela repudia qualquer ato racista e a escultura remete ao 'icônico personagem norte-americano Mãozinha, de A Família Adams'. Porém, precisamos mostrar a eles que o "Mãozinha" do filme é branco? Aliás, não... já que em suas campanhas publicitárias em que o personagem já aparecia, ele também era branco. Que contradição, não?!
Isso é sério gente! Como a área de comunicação e marketing de uma empresa tão grande deixou passar tal ação e não pensou que podia ser sim considerado algo racista.
Para quem está achando isso alguma novidade, é só fazer um "Google" que vai encontrar diferentes matérias sobre empresas grandes envolvidas em casos parecidos. Quem não lembra do comercial da Dove que, em uma sequência de fotos, aparece uma mulher negra vestindo uma blusa marrom e depois, ela retira e surge uma mulher branca. Na época, a ideia foi relacionada com negros e sujeira.
Vamos mais a fundo... o polêmico cartaz da Dunkin' Donuts, na Tailândia, com o rosto de uma mulher 'pintado' de preto e usando batom rosa, para divulgar a tal 'rosquinha de carvão'.
Voltando ao caso mais recente, uma vergonha ainda termos isso em tempos que a internet está aí para qualquer dúvida sobre o crime. Em tempos também que as redes sociais surgem para denunciar fatos que às vezes a imprensa desconhece. Que isso sirva de lição para outras marcas, para que tenham certeza da capacidade de seus profissionais e nem cogitem passar por crises como essas.