É necessário reconhecer que a segurança em Copacabana melhorou nos últimos dias, após as cenas aterrorizantes da gangue que agrediu e roubou um empresário em uma rua do bairro. Diferentemente dos anos anteriores, a festa de réveillon na orla foi segura e marcada pela tranquilidade.
Há muito não se via a polícia deter o absoluto controle da situação em um evento de grande porte. Com efetivo adequado e equipamentos de última geração, entre os quais câmeras de reconhecimento facial, as forças de segurança do estado recuperaram momentaneamente credibilidade e respeito junto à população.
A ação preventiva da Polícia Militar para averiguação dos grupos que se deslocam para as praias com facas e outros objetos cortantes, certamente para prática de roubos e furtos, funcionou. A despeito da tentativa de uma magistrada de impedir a triagem, sob a duvidosa justificativa de coerção de efeito discriminatório contra parcela desassistida da população, o equilíbrio e o bom senso foram restabelecidos por decisão do presidente do TJ, desembargador Ricardo Cardozo, que suspendeu os efeitos do juízo de primeira instância.
O entendimento de que a situação em Copacabana havia ultrapassado todos os limites; de que a população do bairro estava submetida ao jugo de uma perigosa horda de bandidos (alguns uniformizados para o crime com camisas pretas supostamente para dificultar a identificação); de que as instituições precisavam se juntar em defesa da sociedade, trouxe resultado. A polícia pode agir; não houve truculência; tampouco discriminação de ordem social e não se impediu que todos tivessem livremente acesso à festa.
Os moradores de Copacabana já reconhecem que algo mudou na segurança do bairro. Mesmo em dias normais de praia, já não se vê a ação das gangues com a audácia e o descontrole de antes. Foi recuperada a sensação de que as forças de segurança retomaram o controle da situação.
Isto se deve, em boa medida, à acertada iniciativa do governador Cláudio Castro de unificar o controle da segurança pública sob o comando do delegado federal Mario Victor dos Santos - um policial tecnicamente qualificado, reconhecidamente probo e distante do jogo de interesses do varejo político.
A volta de relativa tranquilidade às ruas de Copacabana é o primeiro e mais vistoso resultado do trabalho de planejamento e coordenação das forças policiais comandado pelo novo Secretário de Segurança.
Após momentos de preocupante descontrole, especialmente no bairro considerado vitrine da cidade, recobra-se confiança na ação do Estado na garantia da segurança à sociedade.
Com respeito aos direitos humanos, inteligência, sem exageros ou arroubos de truculência, mas com o rigor necessário à imposição da ordem.
*Jornalista
