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O famoso 'Dia do Fico' e a formação do Brasil

O dia 9 de janeiro fica lembrado na historiografia brasileira como aquele em que Dom Pedro declarou a célebre frase: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que fico!". Meses depois, o Brasil viria a se tornar independente de Portugal, após um acordo intermediado pela Inglaterra. E no fim de 1822, a coroação de Dom Pedro como imperador. A data, simbólica, marca o início de um processo de transformação do Vice-Reino em uma nova nação no mundo. Porém, com graves problemas a serem desatados.

Um deles, por sinal, até hoje, ainda não foi bem dissolvido: o patriotismo nacional.

Por mais que comparações possam vir a ser feitas, os norte-americanos têm uma noção melhor neste quesito. Em alguns estados, no Texas, por exemplo, as casas têm a bandeira do país. Aqui no Brasil, raras são aquelas com o lábaro do estrelado.

Além disso, o próprio método de fazer a primeira constituição brasileira, que celebra 200 anos em 25 de março, provou que os interesses particulares se sobressaem aos nacionais.

Dom Pedro I quis ficar no Brasil para a família real portuguesa continuar a comandar sua antiga colônia. E o príncipe herdeiro lusitano seguiu à risca, com a introdução do poder Moderador, além do Executivo, Legislativo e Judiciário, dando a ele uma espécie de "despotismo esclarecido" as avessas. Ou seja, tinha totais condições de revogar leis e métodos sugeridos pelos outros poderes. A consequência foi a Confederação do Equador, que quase provocou a separação de parte do Nordeste.

Em suma, o Dia do Fico fica no imaginário como aquele em que o Brasil deu o pontapé da sua independência, mas que não fez nascer o espírito de patriota por completo, algo que acontece, para muitos, de quatro em quatro anos, durante o período de Copa do Mundo de futebol.

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