Por: Barros Miranda*

A fênix Trump

A fênix Trump | Foto: Reprodução

O resultado das primárias de Iowa mostra que o ex-presidente ainda tem prestígio e domínio em boa parte do eleitorado do Partido Republicano. Vencer com 51% dos votos e abrir quase 30 pontos percentuais para o segundo colocado, o governador da Flórida, Ron DeSantis, é algo que impressiona até aqueles mais otimistas. Porém, isso já deveria estar no script de Donald Trump.

Apesar do caos no Capitólio, na sessão que confirmou Joe Biden como o eleito quatro anos atrás, o Trumpismo nunca deixou de existir no Partido Republicano. Apesar de algumas correntes serem contra o ex-presidente, ele ainda é a principal voz — e nome — para derrotar Biden em 5 de novembro — obviamente que o Partido Democrata vai referendar o atual presidente, a menos que ele não queira ser reeleito.

As próximas primárias vão dar um termômetro necessário para a famosa super terça, marcada para 3 de março, quando vários estados realizam suas prévias e aglutinam os seus favoritos. Se confirmar mesmo um segundo round entre Trump e Biden, o ex-presidente deve vir com tudo para derrotar o atual nos estados pêndulos.

Aliás, o próprio mapa da eleição norte-americana não muda já tem um tempo. Enquanto na Costa Oeste e no Meio-Norte da Leste o domínio é amplo do Partido Democrata, o Meio-Sul do Leste e a fronteira com o México tem ampla maioria Republicana. A disputa está na região dos Grandes Lagos, principalmente Michigan, Minnesota e Wisconsin, que na eleição passada foram Democratas, mas na retrasada, Republicanos.

Ou seja, se Trump renasce das cinzas e ainda sobrevive por aparelhos, com ajuda da Justiça, pois, até a Suprema Corte decidir se a situação do Capitólio pode ou não se enquadrar na 14ª Emenda da Constituição, ele é pré-candidato e grande favorito a ser indicado pelos Republicanos para o pleito de 5 de novembro.

Mais uma vez, a eleição dos Estados Unidos tem tudo para comandar o noticiário mundial antes mesmo do ponto chave da disputa. Até os comícios e as confirmações dos partidos pelos seus candidatos, muita coisa pode acontecer nos estados e nas primárias.

Oxalá, que a Suprema Corte exerça rápido o seu papel e não deixe para a última hora a decisão de referendar ou não o nome do Trump como postulante à Casa Branca novamente, para o bem das eleições norte-americanas, que sempre foram elogiadas como uma das mais limpas e democráticas de todo o planeta.

*Historiador e jornalista

 

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