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A força e o brilho das comunidades

Faltando 11 dias para o início do maior show da Terra na Marquês de Sapucaí, com abertura das escolas da Série Ouro, é inevitável não mencionarmos o trabalho abnegado das comunidades em cada agremiação, durante um ano inteiro. Não é inferiorizando os destaques e as estrelas que desfilam com garbo e elegância, contribuindo para o reconhecimento e exuberância do espetáculo. No entanto, seria injusto não enfatizarmos os verdadeiros e legítimos protagonistas da festa. Os trabalhadores da indústria carnavalesca, a maioria, oriunda das mesmas comunidades em que as agremiações estão sediadas. Sejam escolas do subúrbio carioca ou de cidades que compõem a região metropolitana, o que vale destacar é a simultaneidade de esforços das comunidades, dos barracões e de cada integrante, para que a festa seja impecável aos que participam, seja no sambódromo ou assistindo pela TV.

Além do aspecto dos meios de subsistência, como uma renda extra e, em alguns casos, uma renda exclusiva neste período, os trabalhadores do barracão além de trabalharem com afinco na construção dos carros alegóricos e na elaboração das fantasias, ainda encontram tempo e disposição para estarem nos ensaios técnicos de suas escolas do coração. O amor ao pavilhão da escola também é perceptível em cada detalhe.

Após a quarta-feira de cinzas, com o resultado da apuração, já se iniciam novos processos criativos dos carnavalescos que, sozinhos, não conseguiriam executar a grandeza do magnífico espetáculo. A comunidade é convocada, a inspiração de uma nova construção de enredo é compartilhada. E os sambistas, em peso, abraçam e se dedicam numa imersão fabulosa. E mesmo com o enredo da vida um tanto injusto, as comunidades não perdem a alegria e o vigor no protagonismo da festa. Como diria Martinho em seus versos: ''Canta, canta, minha gente... Deixa a tristeza pra lá''!

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