Fé e política em seus devidos lugares
Que o ano de 2024 será marcado por mais um processo eleitoral, isso já é de conhecimento público. Os eleitores dos mais de 5 mil municípios pelo país irão às urnas, eleger prefeitos e vereadores, com data marcada no 1°turno: 06 de outubro. E em caso de 2º turno, nas cidades com mais de 200 mil eleitores, também: 27 de outubro.
Com o calendário eleitoral divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nos cabe ressaltar elementos preponderantes e, antecipadamente, abordá-los, para a mais adequada realização do pleito e, consequentemente, a conscientização do eleitorado, que, levado em sua maioria pelas explícitas necessidades locais, acaba naturalmente sendo envolvido por toda sorte de falácias e alardes, tudo pela busca desenfreada ao voto. E neste aspecto, entra o campo da fé... A religião! É um direito fundamental o indivíduo ter ou não ter uma fé para professar. Mas em diversos pleitos eleitorais, presenciamos a influência maciça de lideranças religiosas (sem qualquer generalização), que se utilizam do exercício do sacerdócio para impregnar na mente dos fiéis e devotos, em quem se deve ou não votar, algo que efetivamente não é uma atribuição do líder religioso, seja de qual segmento for. Ao sacerdote, cabe o aconselhamento espiritual, não eleitoral. O eleitor, por si próprio, é quem deve fazer o juízo de valor acerca da melhor escolha para os destinos de sua cidade.
Neste cenário, considerando interesses escusos ou puro e simplesmente fanatismo, se adjetiva um candidato como sendo de ''Deus'', e outro do ''diabo'', espiritualizando o que não deve ser espiritualizado.
Quantas necessidades o Brasil possui? Milhares de cidades que ainda convivem com a falta de saneamento básico, drenagem, pavimentação... Ausência de serviços de atenção primária à saúde, entre tantos problemas da vida real de cada cidadão. Esses precisam ser combatidos e devidamente equacionados, independentemente da fé professada pelo postulante ao cargo Executivo ou Legislativo. Instaurar ''guerra santa'' e pautas de costumes nas disputas eleitorais, servem apenas como distrações fáceis; uma cortina de fumaça para levar ao ocultismo os verdadeiros problemas da população.