Por: Barros Miranda*

Trump contra Biden será definido já em março

Mais do que vencer com folga na primeira primária do Partido Democrata, o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, precisa angariar forças em estados onde os Republicanos são poderosos, para brigar pela vitória. E Carolina do Sul é um deles. Desde Obama, nenhum Democrata saiu com os delegados do estado, que tem uma boa população negra, a força do eleitorado de Biden em 2020, mas que, tradicionalmente, vai com os Republicanos.

Até a super terça, em 3 de março, muitas prévias podem acontecer tanto do lado dos Republicanos, quanto dos Democratas. Se para um partido é tentar ver onde pode conseguir ampliar seu reduto, para o outro seria a reafirmação de um grupo político que cada vez mais cresce dentro dele, apenas de ter uma ala forte contra. Donald Trump tem tudo para ser o indicado pelos Republicanos para disputar a Casa Branca. E a super terça pode ser decisiva para Nikki Harley sair da disputa.

Se realmente ficar definido, já em março, que a disputa será Trump contra Biden, novamente, tudo leva a crer que o processo eleitoral norte-americano sofrerá uma grande disputa antes mesmo da largada oficial programada.

E quem sofrerá as consequências, mais do que o marketing dos partidos, será o eleitor, que ficará ouvindo e vendo ataques de ambos os lados, ao invés de trocas propositivas de medidas para melhorar a situação econômica, social e política dos Estados Unidos.

Desde a alçada de Donald Trump como a principal estrela do Partido Republicano, as alas mais moderadas estão em segundo plano e as disputas políticas com os Democratas mais voltadas para as trocas ríspidas de palavras — para ser educado. As eleições de Barack Obama, contra John McCain em 2008 e Mitt Romney em 2012, não foram vorazes ou mesmo com ataques pessoais. Basearam-se nas trocas de ideias e de intimidações entre os erros e acertos de seus programas de governo. Já entre Trump e Hillary Clinton, o pleito começou a ser mais quente, com discursos indo para o lado particular de ambos, algo que se repetiu com Trump e Biden e que pode (e deve) ser reeditado.

Que eu esteja enganado, mas, ao que tudo indica, a campanha deste ano tem tudo para ser uma das piores da história dos Estados Unidos, em todos os sentidos e aspectos.

*Historiador e jornalista

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