Por: Paulo Cézar Caju*

Jogadores precisam ser valorizados!

Campeões mundiais de 1970 | Foto: Marcello Neves

Geraldinos, tenho que confessar que o nossos dirigentes estão, cada vez mais, abusando das verbas para fazer eventos espetaculares, mas esquecendo dos vedadeiros craques e ídolos do futebol. O sorteio dos grupos (potes é o escambau!) da Libertadores e Sul-Americana mostrou um verdadeiro banquete de regalias aos dirigentes e clubes, com várias homenagens a jogadores. Muito dinheiro para fazer um evento simples algo grandioso, mas esquecendo daqueles que fizeram a fama do futebol. Por que não convidam a geração da seleção brasileira de 1970 para ser homenageada? E a que 1982 e 1986? Por que apenas o Cafu, nada contra o lateral, que foi importante no título de 2002, é quem representa o Brasil? Está na hora dos dirigentes começarem a olhar mais para o futebol brasileiro e não apenas para os jogadores que falam espanhol. Fora isso, poderiam gastar dinheiro em premiações e outras competições sul-americanas, ao invés de fazer eventos deste porte.

Fora isso, mas continuando no tema da seleção, que saudade de ver a equipe enfrentando times a elite europeia. Já pararam para pensar qual foi o último amistoso do Brasil contra uma seleção grande da Europa? Há muito tempo que Inglaterra e Espanha não são consideradas equipes de grande porte, mas têm seus valores na história do futebol, com seus títulos mundiais, europeus e de categoria de base. Porém, nosso elenco para enfrentá-los está muito cabaço, no bom linguajar. São jogadores jovens e de qualidade, mas que podem sentir uma "tremedeira" com a Amarelinha.

Por falar em camisas de time grande, o Vasco não perdeu a semifinal do Carioca contra o Nova Iguaçu ao acaso. A equipe da Baixada Fluminense jogou bem e mostrou que, mesmo com pouco investimento, mas com seriedade e, principalmente, respeitando o adversário, pode ser um incômodo para os grandes do futebol do Rio a longo prazo. Mas, nem tudo é motivo de festa. A Tribuna de Honra do Maracanã precisa urgente de uma reforma ou mesmo de alguma gerência melhor. Não pode um lugar considerado nobre ter que obrigar seus frequentadores e irem do lado de fora comprar comidas e bebidas.

Para encerrar, antes das pérolas, claro, o meu profundo arrependimento às decisões da Justiça a respeito dos casos Robinho e Daniel Aves. Realmente não é apenas no Brasil que quem tem poder pode tudo. Na Espanha também, com Daniel Alves pagando indenizações e fianças como atenuantes da pena. E Robinho, mesmo sendo condenado a cumprir os quase dez anos de prisão no Brasil, pode também ter o caso atenuado, com os recursos a serem interpostos nos tribunais.

Além disso, o Sport conseguiu um efeito suspensivo. Todos os autores mais dirigentes são todos farinha do mesmo saco. Bando de facínoras! Um mundo de concessões impressionante, com o tribunal reabrindo o campo do Sport, sendo condizente com o crime.

Pérolas da semama

1 - "Virou o DNA do time (chame o Detran para identificar os atuais jogadores). Potencializou e deu dinâmica aos espaços ou corredores, atrapalhando o futebol verticalizado, com jogador agudo atuando com consistência, espetado na vertical ou diagonal, não atuando como times que jogam no contra-ataque".

2 - "Ideia foi alargar o campo, provocando duelo entre os jogadores, cruzando por baixo, na diagonal ou vertical, conectando peças e incorporando a linha de 4, dando mais dinâmica à troca de passes e movimentação" (se alguém entendeu algo, traduz).

3 - "John Árias é o principal jogador do mapa de calor do futebol brasileiro". (realmente esses analistas de computadores são demais).

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).

 

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