Por: Aristoteles Drummond

Ainda o Jardim de Alah

Jardim de Alah, um problema de ordem que ainda há muito para ser resolvido | Foto: Prefeitura do Rio

Quem passa na ligação Ipanema-Leblon, cortando o Jardim de Alah, era obrigado a ver uma manifestação de irracionalidade e irresponsabilidade nas faixas supostamente feitas por moradores na área, mas sem paternidade, condenando o projeto redentor do local e indutor de uma saudável revitalização da região como polo de entretenimento, lazer e gerador de emprego e renda.

A observação faz sentido uma vez que quem passa não pode deixar de ver o degradante espetáculo de dezenas de moradores de rua que ali habitam, o que há anos expulsou as famílias do local onde frequentei na minha infância com meus pais. É a demonstração de insensibilidade social, de falta de solidariedade e consideração com a cidade em uma das mais nobres áreas cariocas. Estas pessoas merecem acolhimento e tratamento dos serviços sociais do estado e do município, assim como o recolhimento de apenados indevidamente soltos. Curiosos os defensores da sociedade que são indiferentes aos dramas sociais e à degradação da cidade. A quem serviriam?

A sociedade, e não apenas o poder público, deve ser mais vigorosa na defesa do interesse público e dos empreendimentos, como esse, indispensáveis para que a cidade continue a atrair novos moradores e a satisfazer os mais antigos. E esta postura deve ir também ao Judiciário, que anda se metendo na gestão dos executivos sem base jurídica. Semana passada, depois de semanas, é que foi liberada a obra, assim como a da Tirolesa, que poderia estar pronta, reforçando a atração turística da cidade.

Ainda este ano vamos ter a nova casa de espetáculos, a única destinada ao turismo, em Copacabana. O bom senso recomendaria que o estacionamento em um dos lados da Avenida Copacabana fosse liberado no horário das dez da noite até às quatro, para facilitar os frequentadores do belo empreendimento. Reforçada iluminação, colocado um ponto de taxi para movimentar a área no período.

Superar a crise que a cidade enfrenta pede vontade política do poder público, da sociedade e não apenas a bravura dos empreendedores.

O Rio depende mais de determinação pela ordem do que de recursos públicos. Com ordem e segurança o setor privado cuidará do progresso.

 

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