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Brasil, 524 anos de transformações

Muitos aprenderam na escola que 22 de abril fora o descobrimento do Brasil. Porém, historiadores assertivos aos fatos podem ensinar de outra forma, dizendo que, nesta data, os portugueses iniciaram as expedições para explorar o território que lhes cabiam na América, já que, em 1494, Portugal e Espanha assinaram, na cidade de Tordesilhas, um tratado que dividia o novo continente entre os dois países — potências na época.

O fato é que, passados 524 anos, a terra tupiniquim ainda pode se tornar próspera e rica. Do Império para a República, passando por sete constituições e dois períodos ditatoriais, o Brasil, nome dado em homenagem ao Pau-Brasil, madeira hoje rara no país, pelo contrabando em excesso, tem seus prós e contras em mais de cinco séculos de existência para o mundo.

Já desde o período colonial o território tinha discordâncias quanto ao modelo exploratório. Começou com as Capitanias Hereditárias, fórmula que deu certo na África, mas ficou desgastada aqui. Com o Governo-Geral, Portugal imaginava que conseguiria manter a paz e a ordem na colônia. Não deu muito certo novamente. Dividiu-se em duas partes territoriais, uma no Norte e outra no Sul, com sedes administrativas em Salvador, Bahia, e Rio de Janeiro, para melhorar a comunicação e as demandas do vasto quinhão de terra que lhe pertencia.

Das províncias à independência, várias foram as revoltas para emancipação e de melhores formas de convívio entre brasileiros e portugueses. No Brasil Imperial, o canal de diálogo melhorou externamente e se acalmou internamente. Todavia, a pressão inglesa pelo fim da escravidão fez a elite se debruçar na possibilidade de assumir o poder e, junto com o Exército, fundaram a República, aos moldes do positivismo de Comte. Do Café-com Leite até Vargas, os donos de fazenda mandavam e faziam o que bem entendiam. Da nova empreitada republicana até o novo regime ditatorial, o crescimento socioeconômico e da desigualdade entre classes. Do fim do período militar até os dias de hoje, muita alternância de poder e uma política partidária ainda nebulosa.

Assim, pode-se dizer que é um breve resumo desta nação latino-americana de cinco séculos de muita transformação, mudanças e que ainda não tem um povo unido num só destino: melhorar o país.