O descaso com o ambiente é tão comum em todos os cantos do país e a certeza da impunidade é tão grande que decisões judiciais são cumpridas e os chamados TACs (Termo de Ajustamento e Condutas) são renovados e têm os prazos estendidos, fazendo com que tudo continue no mesmo lugar. Mas a conta chega. E, na maioria, das vezes, pagam por ela, pessoas que não tem nenhum poder de mudança ou reação.
Foi assim, por exemplo, no caso da contaminação de uma área em Barra Mansa (RJ), onde um menino morreu ao entrar em um terreno para pegar uma bola. O local, aberto e sem qualquer aviso, estava contaminado e ele sofreu queimaduras tão profundas que não resistiu. A morte do menino chocou moradores de toda a região do Médio Paraíba e repercutiu no Brasil inteiro.
O fato caiu no esquecimento alguns meses depois, com o surgimento de outros problemas que atingem periodicamente, de maneira drástica, a população de uma determinada região. Vinte anos depois do acontecimento, saiu uma decisão judicial do Ministério Público Federal que trouxe à tona como as questões ambientais são tratadas.
Assim, como em 2004, o terreno agora está abandonado à própria sorte. Ou melhor: continua colocando em risco pessoas inocentes que não sabem do tamanho do problema que se esconde na área, que teria sido usada como depósito de material que provoca um fenômeno conhecido como 'fogo de turfa'. Ou seja: o incêndio acontece abaixo da superfície. Daí a tragédia que atingiu um inocente:pagou com a própria vida o descaso de autoridades de todas as esferas com o ambiente.
