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Meio ambiente deve ser olhado com atenção

Parece que as autoridades políticas acordaram sobre a questão climática. O ruim é que quase sempre uma catástrofe precisa acontecer, para que medidas venham a ser tomadas, a fim de que se evitem outras. Contudo, a situação no Rio Grande do Sul é ampla.

Solucionar a questão vai além de verbas e contenção geológica. Ela tem a ver, também, com a especulação imobiliária e a expansão urbana desenfreada, sem o mínimo de cuidado com a natureza.

Imagens divulgadas em redes sociais mostram o estádio Beira Rio sendo erguido em uma área aterrada do acidente hídrico Guaíba — já que ele tem características semelhantes de um lago e de um rio. Ou seja, não seria algo alarmante se uma cheia do Guaíba viesse a tomar aquilo que, de fato, é seu. A grande questão é que ela veio em uma proporção enorme, e não desce o nível, deixando moradores preocupados, principalmente porque, depois da tempestade, agora vem geadas, com possiblidade de temperaturas próximas de 0 grau.

Situação semelhante pode ser atribuída ao Rio de Janeiro, com o Aterro do Flamengo — o próprio nome já diz. O projeto de Lota de Macedo Soares é muito significativo, com o paisagismo de Burle Marx. Só que, uma cheia da Baía de Guanabara pode inundar o local.

Claro que aqui não cabe questionamentos se as ações foram certas ou erradas. E sim as condições para que outras catástrofes climáticas não venham a ocorrer, a ponto de praticamente paralisar uma grande metrópole e suas cidades vizinhas. O crescimento urbano é justo e satisfatório, diante do aumento da população. Só que ele deve ser feito com intelegência e sabedoria, para que não afete as gerações futuras.

E essa é a grande tênue do nosso país, pois, quando se fala em especulação imobiliária, muito se olha para quem faz, mas pouco para quem vem a sofrer depois. Basta vermos questões como malha viária e transportes alternativos nas grandes cidades.

Planejamento é essencial para qualquer ocasião, ainda mais se envolve outras questões, como a ambiental, vital para a sobreviência humana.