Ainda no rescaldo da situação no Rio Grande do Sul, onde cada chuva pode piorar aquilo quem vem sendo reconstruído, o país e, principalmente, a mídia perde três gênios da comunicação em menos de 24 horas.
No meio de um Flamengo e Bolivar, pela Libertadores da América, o mundo do rádio ficou órfão de Washington Rodrigues, o Apolinho. Uma dos maiores torcedores do Rubro-Negro carioca, viu sua equipe meter logo 3 a 0 no primeiro tempo, mas não chegou a ver o quarto gol, pois São Judas Tadeu o chamou, para acompanhar o jogo perto de Deus. Luiz Penido não tinha mais voz para continuar a transmissão. Só emoção pela morte do seu ídolo.
Horas depois, outro grande nome de gerações da rádio e da televisão também foi para o céu. Assim como Apolinho, Sílvio Luiz foi figura marcante nas transmissões esportivas. Dono de grandes frases, como "Pela mãe dos meus filhinhos" ou "Pelas barbas do profeta", nenhuma delas supera o seu grito de gol "Foi, foi, foi ele (nome do jogador), o craque da camisa número...". Ele fez escola, encantou famílias e deixou uma lacuna na locução esportiva.
Não tão conhecido quanto os outros, mas que fez seu nome para uma geração que hoje está na casa dos 25 a 40 anos, Antero Greco vai deixar a ESPN sem aquele humor refinado. Junto com Paulo Soares, fez do SportsCenter um dos programas da TV brasileira mais assistidos, pela sincronia e sagacidade dos dos na bancada. Uma dupla melhor que muitos sertanejos por aí. Não por menos, sua volta à emissora foi bastante comemorada depois da primeira intervenção no tumor cerebral. Porém, a doença foi mais forte.
A perda desses três nomes do jornalismo esportivo, que tinham em comum a nobreza em misturar humor e inteligência, fez a comunicação ficar mais triste, assim como os próprios brasileiros que, ainda no envolto da comoção na reconstrução do Rio Grande Sul, não terão mais esses gênios na rádio e na televisão.
A grande lição que fica é de viver intensamente a cada dia, pois nunca se sabe o que pode vir a acontecer ao amanhecer.
