Em 2023, o Distrito Federal fechou o ano com o maior número de feminicídios da história. Foram 30 mortes de mulheres motivadas pelo gênero confirmadas no ano passado. A perspectiva parece não melhorar em 2024.
No domingo (2), a casa de uma mulher foi incendiada em Samambaia e a polícia prendeu dois suspeitos, um sendo o namorado da vítima. Os homens, de 41 e 39 anos, são irmãos e a vítima foi socorrida por familiares. Felizmente, no caso, o incêndio criminoso não foi fatal.
Mas, apesar de não ter acontecido uma tragédia, já temos o diagnóstico: ser mulher mata, e mata sem dó. Mata de uma forma que não pode mais acontecer. Muito mais, não pode mais ser rotina.
Mata na covardia. Mata após um mês do término de relacionamento, como demonstram outros tristes exemplos. Como o caso que aconteceu em janeiro no Gama. Tainara Kellen Mesquita da Silva, de 26 anos, perdeu a vida a tiros. Quem é o suspeito? Seu ex-marido. Por que mata? Pela simples atitude de homens que não admitem perder. Que enxergam as mulheres como propriedade, como objeto de posse.
Mata na juventude. Mulheres entre os 20 aos 30 anos são as vítimas mais comuns desses criminosos.
Mata mães, como foi a caso de Daniella Di Lorena Pelaes de Almeida, 46 anos, assassinada pelo marido em sua casa no Jardim Botânico. A facadas no silêncio da madrugada.
Mata em números altos. Somente do início do ano para cá, foram sete vítimas de feminicídio na capital do Brasil.
O ano de 2023 foi terrível para ser mulher no país. Dados mostram que foi o ano com maior número de feminicídios desde que esse crime foi tipificado no Brasil, em 2015.
Segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), foram 1.463 vítimas de feminicídio no ano passado em todo o país, ou seja, 1,4 mulheres mortas para cada grupo de 100 mil.
Em 2024, os números continuam altos de uma forma preocupante. E o diagnóstico permanece: ser mulher mata, não só no DF. Mata no país todo.
E fica sempre a pergunta, ansiando por uma resposta urgente: até quando?
