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Desastres ambientais levados à banalidade

Assim como em Volta Redonda, interior do Estado do Rio, a população de Congonhas, em Minas Gerais, é obrigada a conviver com o medo de um desastre ambiental. E pior do que isso: fica à mercê das poucas informações que conseguem obter extraoficialmente, já que não têm recebem dados oficiais das empresas que fazem a mineração no município.

Audiências públicas, reuniões, ou qualquer outra tentativa de obter esclarecimentos, são feitas em vão. As mineradoras nunca enviam representantes. E, na semana passada, a população teve mais uma mostra do quanto representa para os "donos do poder". A CSN Mineração, dona da Casa de Pedra, um dos maiores complexos de mineração a céu aberto do país, em Congonhas, obteve licença para ampliar a sua pilha de rejeitos.

Rejeitos, esses, que já causam pavor só de serem vistos. Uma verdadeira montanha, que assombra quem mora ou visita a histórica cidade mineira de Aleijadinho.

A CSN garante que a medida é segura e livre de qualquer risco ambiental. A Vale falava o mesmo sobre Brumadinho antes da Barragem do Córrego do Feijão romper e levar a vida de milhares de pessoas. E os que sobreviveram perderam familiares, sonhos e a razão de sua existência. Alguns lutam até hoje pela indenização.

E assim caminha o Brasil. Uma tragédia atrás da outra e as vítimas sendo esquecidas, sem amparo nenhum. O meio ambiente então nem se fala. Só é bandeira em época de campanha, ou serve de palco quando as tragédias estão "em alta".

Infelizmente uma realidade que precisa ser mudada, pensada, com a urgência e necessidade que o Brasil precisa.