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Eleitor precisa mudar seu comportamento

Sempre que se avizinham eleições, a abordagem de uma parcela considerável da classe política muda de maneira abrupta. Quem já se mantinha perto do seu eleitorado, redobra a presença para ser notado com maior intensidade. E quem passou durante quatro anos absolutamente sob estado de letargia, acorda de um sono profundamente inerte, para tentar uma reeleição e garantir o seu ''pé-de-meia'' no poder. Pesando esses dois cenários de figuras políticas, não podemos de maneira alguma isentar a participação dos eleitores, afinal, são personagens fundamentais em todo processo eleitoral. Mas o fato é que, guardadas as devidas exceções, o eleitor aparenta, eleição após eleição, gostar de ouvir as coisas mais absurdas e impossíveis de serem realizadas. Aceitar de maneira passiva promessas que obviamente não serão cumpridas por quem as prometeu, é a mola propulsora para os aproveitadores se perpetuarem nas esferas do poder, e prosseguirem com a saga de enxergar a eleição como um campeonato de mentiras, em que se vence o pleito somente o maior contador de histórias. Ou seja: o mais mentiroso, leva o troféu.

Somente um processo agudo e de imersão no cenário político; de compreensão das principais necessidades e mazelas mais profundas, farão com o que o eleitor, munido de informações adequadas, seja exigente no ouvir e no falar com qualquer candidato nas próximas eleições. Interrogá-los, sempre com a devida coerência e respeito, questionando dos aspestos básicos, até ao mais complexo, será um verdadeiro divisor de águas na sociedade.

Toda mudança de comportamento também envolve, de maneira muito significativa, aspectos de valores morais, daquilo que precisa ser transformado no interior do tecido social. A questão da compra de votos, por exemplo, arraigada em todas as disputas eleitorais, há décadas se tornou um verdadeiro câncer. Eleitores trocam o destino de sua cidade, estado e de toda uma nação, por valores e benesses momentâneas. Aliás, muitos eleitores cobram com veemência a classe política e apontam todos os dedos possíveis. Mas se esquecem de algo fundamental: eles foram eleitos. Até mesmo os ruins, sob a ótica desses mesmos eleitores que tanto reclamam, e até mesmo dos que venderam o seu voto. A consequência sempre vem depois. E a lição ainda não foi aprendida. Mas precisa ser.