A disparada de casos de antissemitismo registrados no Brasil, evidenciado pelos dados apresentados pela Conib e pela Fisesp, é um reflexo preocupante das tensões globais que acabam refletindo nacionalmente. A intensificação do conflito entre Hamas e Israel, iniciada em outubro de 2023, parece ter catalisado uma explosão de preconceito e intolerância, com um aumento de mais de sete vezes nas denúncias de antissemitismo em comparação com o período anterior.
Este fenômeno não pode ser visto isoladamente, mas como parte de um quadro maior de polarização e radicalização. A violência e o ódio propagados em regiões de conflito, muitas vezes, encontram eco em comunidades distantes, onde preconceitos latentes são inflamados por discursos extremistas e pela desinformação. A internet e as redes sociais amplificam essas vozes, espalhando teorias conspiratórias e estereótipos prejudiciais que alimentam o ciclo de intolerância.
Muitos não compreendem a diferença entre criticar as ações questionáveis do governo israelense, liderado pelas políticas nocivas de Benjamin Netanyahu, com a prática de ofender o povo judeu. É possível apontar os vários casos de violência do regime sem recorrer ao antissemitismo.
O aumento de 630% nas denúncias em 2024, comparado ao período anterior, é um dado chocante que deve servir como um alerta para a sociedade brasileira.
O Brasil não pode ser complacente com qualquer forma de preconceito. As ações punitivas devem ser imediatas e eficazes, visando não apenas a aplicação da lei, mas também a construção de uma sociedade mais inclusiva e respeitosa.
