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Violência desmedida contra crianças

Cada vez que temos acesso aos números de violência infantil, questionamos o porquê de tamanha agressividade contra os menores. Corrigir não é sinônimo de agredir, violentar ou traumatizar uma criança, para que ela compreenda que fez algo de errado (se é que o tenha feito). Contudo, o entendimento que parece ser óbvio, não se traduz em números. O município do Rio de Janeiro teve um aumento de 173% nos casos de maus-tratos contra crianças de até 11 anos de idade; crescimento observado nos últimos 3 anos. Os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que, somente em 2023, foram cerca de 323 casos apenas na capital. E cerca de 47% dos casos são praticados pelos pais. Já no Estado, segundo os registros, o aumento é de 73% nos últimos 3 anos.

O caso mais recente de violência infantil na cidade do Rio de Janeiro, foi contra uma menina de 11 anos de idade, que possui transtorno de espectro autista. Ela foi resgatada por conselheiros tutelares, pois estava sendo vítima de maus-tratos. Dias antes, a mãe da criança gravou um vídeo em que aparecia torturando a menina com uma sacola plástica na cabeça. Uma cena absolutamente terrível e covarde por parte de quem deveria salvaguardar a integridade da própria filha. Ao constatarmos as imagens, também questionamos se ainda é válido chamá-la de mãe. Covardia pura!

Sempre que os números comprovam o crescimento de toda sorte de violência, a sociedade é convocada a denunciar. Pois o silêncio perante covardias e atrocidades cometidas e que ferem a integridade de um ser humano, significa a mais temerária cumplicidade. Sejam agressões físicas, psicológicas ou de estupros, não podemos nos silenciar e seguirmos a vida naturalmente como se não soubéssemos que uma criança que moram bem ao lado, não esteja sendo vítima de algum tipo de violência.

Em paralelo, o poder público, ladeado por instituições sociais e religiosas, precisa redobrar a atuação neste sentido, com todos os setores que envolvem diretamente a premissa da defesa intransigente dos direitos das crianças e adolescentes. Afinal, este princípio é inegociável.

Protejam nossas crianças!