Por: Paulo Cézar Caju*

Brasil precisa melhorar logo o futebol

Além da tecnologia medida pela saliva, Seleção Brasileira tem estratégia contra o calor | Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Geraldinos, nosso futebol brasileiro não está bom há tempos. E venho falando nisso com muita constância. Um dos fatores, claro, está no nível técnico de nossos jogadores que, parece, regrediu. Basta vermos a atuação da Seleção Brasileira nas Copas do Mundo para descobrirmos como aquele time de 1994 e 2002 desapareceu e ficamos com um conjunto de atletas medianos e dependentes da individualidade de alguns mais técnicos. Vamos iniciar uma Copa América, que, para mim, é mais um evento comercial do que propriamente futebolístico, sem que eu saiba quem é a grande estrela ou mesmo a escalação da Seleção. Tirando Rodrygo e Vini Jr, o restante são de rostos pouco conhecidos do nosso futebol. Ou seja, o Brasil não tem mais aquela tradição das pessoas saberem a equipe na ponta da língua.

Além disso, dando como exemplo Felipe Melo, do Fluminense, nossos atletas estão cada vez mais destemperados em campo. Mesmo que o assessor do Atlético-GO tenha, pelo que dizem, ter comemorado o gol da vitória da equipe goiana com um soco no ar e próximo da área técnica do Tricolor, a atitude do Felipe Melo só corrobora com a quantidade de cartões que leva em campo e do seu apelido. Um jogador bruto e faltoso.

Falando em Fluminense, a equipa carioca precisa logo virar o jogo e esquecer a Libertadores. O ano de 2023 já passou. Estamos em 2024 e parece que a equipe ainda não esqueceu daquela final no Maracanã! E Diniz, seu estilo de jogo já está manjado, hora de inovar!

Já o meu Botafogo está lembrando o áureo Internacional de Falcão: um time alto, forte e técnico. Poucos poderiam imaginar que a Estrela Solitária estaria brigando pela ponta da tabela. O trabalho de Artur Jorge merece reconhecimento e pode render frutos em pouco tempo. Contudo, tenho que ressaltar que não é o futebol que eu amo.

E o Vasco? Esse imbróglio com a SAF vai sobrar para o treinador. Depois de uma sequencia de derrotas, Pedrinho deve demitir Álvaro Pacheco, com apenas um mês de clube e sem se acostumar com o futebol brasileiro. Pelo andar da carruagem, a Cruz de Malta briga para não cair, de novo e esse é mais um episódio do imediatismo dos dirigentes brasileiros em pensarem no curto prazo e não no longo.

Antes das pérolas, um assunto que volta e meia aparece: a máfia do apito. O que a arbitragem fez no jogo Palmeiras e Atlético-MG merece um olhar mais apurado. A expulsão de Hulk por reclamação é algo comum no futebol de hoje, mas e a cotovelada de Marcos Rocha em Paulinho, o VAR não viu? E os jogadores do Palmeiras que ficaram em volta de Hulk, o chutando, não mereciam um cartão amarelo? As falas de Textor parece que não foram em vão…

Pérolas da semana

1- "Característica vertical, com jogo pegado, dando amplitude, com o meio encorpado e uma linha de 4 robusta, fazendo uma transição elaborada".

2- "Garimpar jogadores (viraram pedra), encaixar, fazer duelo na transição, buscar as costas do adversário"

3 - "Altetas de primeira prateleira, segunda prateleira e terceira prateleira (jogadores viraram mercadoria)"

4- "Linha alta quebrada, para não envolver o adversário"

5 - "Olhar o copo meio cheio, jogar por dentro, tirando o pé do acelerador, chamando a responsabilidade confortavelmente, puxando a conta pra cima, por conta da altura do ataque (vou por um garrafão na área) e do estilo físico (vou por uma passarela em campo)

6 - "Setor com conforto (vou pegar o sofá) ainda que indireto, em outro setor que não existe conforto" (chame um psicanalista!)

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).