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Uma carta às vítimas do 'pó preto' da CSN

A carta que a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) enviou ao prefeito de Volta Redonda-RJ, Antonio Francisco Neto, onde funciona a Usina Presidente Vargas, mostrou o mínimo de respeito com a população. A empresa invade a cidade com a poluição gerada por equipamentos antigos e sequer se manifesta diretamente com os moradores.

Com a imprensa ocorre o mesmo: a empresa, em um claro sinal de desrespeito, não responde a qualquer tipo de questionamento ou demanda que chega à assessoria. No mínimo, diz 'que a empresa não vai se manifestar".

A Siderúrgica se cala também quando ocorre qualquer outro tipo de acidente. Mas, dessa vez, após quase um mês de intensa poluição, mais evidente ainda devido ao tempo seco, divulgou uma 'carta' depois de muito alarde feito por movimentos, moradores, e pela própria imprensa.

Faltando praticamente um mês para o vencimento do TAC (Termo de Ajustamento e Conduta), assinado entre a CSN e órgãos ambientais, a empresa está reformando a sinterização, uma das principais áreas da Usina que emite a poluição.

É pouco. Muito pouco. A população espera há décadas ter um ar respirável. Nada demais. Ninguém quer ter o mesmo ar que a cidade serrana de Petrópolis, como afirmou a direção da empresa. Quer apenas respirar, andar pela própria casa sem ficar com os pés pretos por conta do pó que vem da Usina Presidente Vargas.

Isso é dar dignidade para o município e para os trabalhadores que ainda têm orgulho daquela que foi um dia o símbolo da industrialização do Brasil. Que escreveu, na época, uma história que não se apaga.