Por Cláudio Magnavita*
O deputado federal Pedro Paulo é um dos melhores quadros de políticos de sua geração. O seu conhecimento e preparo o colocaram em relatórios importantes. Na gestão pública, sua atuação na Prefeitura do Rio sempre foi aplaudida, até pela oposição. Conhece a máquina municipal como poucos.
Ao disputar a Prefeitura do Rio, foi ferido com uma das mais sórdidas campanhas contra um jovem homem público. Algo sem paralelo na história da política carioca. Um problema doméstico foi ampliado e ganhou maldosamente o imaginário popular. Não houve tempo para defesa, e a soberania dos fatos foi deixada de lado. O processo foi julgado e ele foi absolvido na justiça. Ele foi vítima de difamação e não houve reparação com o mandato de prefeito perdido. Anos depois, esta história, de forma maldosa, volta à tona. Um rótulo injusto colocado em um dos maiores talentos da vida pública carioca. É justo para o Rio assistir a continuidade de um festival de maldades de forma quase permanente?
O próprio prefeito Eduardo Paes, na disputa pelo Governo do Estado, foi vítima de uma artimanha de difamação com a divulgação de vídeo de um delator nas vésperas da votação. Tudo sincronizado pelo juiz Marcelo Bretas, para ajudar o seu parceiro e ex-colega de magistratura, Wilson Witzel, a chegar ao poder. Os dois foram até juntos para Brasília para a posse presidencial. Todo este compadrio exposto sem o menor pudor.
Agora, assistimos novamente a edição de uma tentativa de linchamento público de Pedro Paulo, na escolha do nome do vice de Eduardo Paes, invocando este episódio do passado e até o rumor de um fato novo, que teria como epicentro a redação de um grande jornal carioca.
O pior neste coquetel de maldades é o fogo amigo, incentivado por pessoas que estão de olho na cadeira de vice e que fazem parte da estrutura do atual prefeito.
Pedro Paulo é um homem sério. Construiu uma bela família, tem uma esposa apaixonada e dedicada, além de carismática, e merece todo o nosso respeito.
O Rio, pós-2016, perdeu muito com a falta de continuidade administrativa do período de bonança e obras realizadas por causa da Copa do Mundo FIFA 2014 e a Olimpíada. Ao invés de avançarmos, destruímos o ciclo. Será que ninguém percebe que ele foi quebrado após a cidade ter recebido a atenção planetária com os dois eventos esportivos? Será que não enxergamos o quanto crescemos neste período e as transformações que a cidade sofreu?
O ciclo de continuidade administrativa da Prefeitura foi quebrado por uma coisa tão sórdida e injusta. Uma condenação midiática que nos apequenou e mudou os resultados das urnas, em um momento que deveríamos continuar a pensar grande. Alguém compara o Rio que existia antes de 2014 com o Rio pós-2016?
Eduardo Paes tem seus defeitos e virtudes. Ao insistir agora em Pedro Paulo para seu vice, ele não apenas corrige uma injustiça, mas permite que a história corrija um erro do passado eleitoral. Vai permitir que um dos grandes talentos da gestão pública e do parlamento possa dar a sua contribuição a cidade de forma maior. A eleição de 2024 não pode ter espaço para difamação, Fake News e nem para reviver fantasmas do passado, que já foram exorcizados pelo judiciário. As urnas devem ser soberanas e que a campanha não seja contaminada com a destruição injusta de reputação.
*Diretor de redação do Correio da Manhã