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A história como fator de memória política

Um jornal centenário divulga vários momentos da história nacional e internacional, bem como as celebrações dos fatos. No início do ano, comemorou-se os 200 anos da primeira constituição do país, imposta pelo então imperador Dom Pedro I. Meses depois, pelo fato dela ter sido outorgada e não promulgada, estourou, no Nordeste, um movimento revolucionário contra o imperador e que quase resultou na separação da região do Brasil. A chamada Confederação do Equador.

A grande premissa da história não é somente contar ou relatar os fatos, como também mostrar as várias vertentes, a fim de que o leitor ou pesquisador debruçe nos escritos e se manifeste sobre eles, sem por sua opinião. Não por menos, a premissa da imparcialidade também se vale no jornalismo, para que a notícia tenha o embasamento do fato, quem o fez, como o fez e o motivo pelo qual ele fez.

A Confederação do Equador durou quatro meses, de muitas lutas e negociações entre os envolvidos. O Governo venceu a disputa e os revoltosos foram punidos. No entanto, o fato marca na linha histórica brasileira, por ele ter sido a primeira manifestação popular contra o império recém-inaugurado, demonstrando como estavam os cidadãos diante de Dom Pedro I.

As facetas das história fazem com que os assuntos se perpassem de tempos em tempos. No período entre os regentes e o Golpe da Maioridade, para que Dom Pedro II assumisse o trono, a Revolução Farroupilha quase fez com que o Rio Grande do Sul ficasse independente do Brasil, pela falta de pulso dos regentes em governar o país.

Numa comparação bem anacrônica, a Revolução de 1930 pode se dar como a terceira ruptura política entre governantes e opositores no país, com Vargas sendo alçado um presidente interino do país, que durou 15 anos no poder.

A mágica da história não é apenas saber os fatos e relatá-los, mas também associá-los e fazer comparativos com outros, para projetar as linhas políticas, sociais, econômicas e culturais do mundo de hoje, projetando como será o futuro da nação daqui em diante. Por isso, não deve menosprezar os fatos passados, pois eles podem ser a chave para a solucionar problemas do presente