O que as eleições europeias demonstraram não foi apenas um sinal de alerta, como também uma perspectiva do pensamento da nova geração do continente. Os partidos considerados sociais-democratas precisam se reinventar, caso queiram ficar no poder, pois, a população atual não está de olho nas benesses que os governantes vem dando e querem melhores condições de vida para os patriotas.
O crescimento da chamada extrema-direita na Itália e França, principalmente, mostra como os assuntos internos precisam entrar no discurso dos atuais líderes do que a chamada "causa ambiental". Para muitos, não adianta crescer economicamente e industrialmente de forma sustentável. Precisa, sim, dar condições para a população acompanhar este dilema.
A pouco dias da abertura dos Jogos Olímpicos, Emmanuel Macron quase jogou o seu governo de cabeça par baixo, antecipando as eleições legislativas. Se o primeiro turno deu uma avalanche da Reunião Nacional, de Marine Le-Pen, o segundo, com uma aliança branca com a esquerda, fará com que o governo tenha uma "coabitação" moderada, já que o diálogo com a centro-esquerda será mais harmônico. Porém, o atual presidente francês terá que se redobrar bastante em 2027, para manter sua ideologia no poder.
O mesmo efeito aconteceu na Grã-Bretanha, onde os Trabalhistas, também com um discurso mais voltado para a centro-esquerda, venceu com autoridade as eleições, obtendo uma maioria esmagadora na Câmara dos Comuns e voltando ao poder depois de 14 anos dos Conservadores comandando os britânicos.
Ou seja, o bem-estar social que tanto foi defendido e teve resultados ótimos nos anos 2000, parece estar com os dias contados, com a população europeia voltada para os problemas internos e na defesa do Velho Continente.
E o recado foi dado tanto nas eleições para o Parlamento Europeu quanto nas internas de alguns países. Resta saber se os governantes vão entender isso ou ficar seguindo à risca suas ideologias, seguindo o ditado "ver para crer".