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Decadência dentro e fora dos gramados

A final da Copa América se aproxima e a Seleção Brasileira não estará nela. Nos acostumamos, nos últimos anos, a ver o Brasil longe do protagonismo mundial e, agora, até no âmbito sul-americano, quintal que dominávamos até outrora.

Talvez um dos motivos que expliquem tamanha decadência seja a incapacidade brasileira de fazer uma análise fria e coerente sobre erros e acertos. Com a eliminação nos pênaltis para o Uruguai, a ausência do técnico Dorival Jr. na rodinha que antecedeu a disputa dos pênaltis foi usada como uma das principais justificativas para a derrota.

As deficiências táticas e técnicas da equipe, a demora para definir um treinador efetivo e até o calendário confuso organizado pela CBF tem impactos muito maiores do que um simbolismo que veio à tona apenas porque o resultado foi negativo.

O mesmo aconteceu há 10 anos, no fatídico 7 a 1 sofrido contra a Alemanha, na Copa do Mundo realizada no Brasil. Na época, o choro de alguns jogadores e uma faixa de apoio ao Neymar foram usadas como muletas simbólicas para disfarçar os verdadeiros problemas, que trafegavam por uma pobreza tática e uma análise mal feita sobre o potencial do adversário que iria ser enfrentado.

O simbolismo barato também esteve presente em 2006, quando a estrelada Seleção Brasileira de Ronaldo, Ronaldinho, Kaká e Adriano foi eliminada pela França. Na época, a ajeitada de meia de Roberto Carlos foi o fato protagonista da vez, e não a bagunça que foi a preparação da CBF para aquela Copa do Mundo.

Análises rasas, vazias, resultadistas e com pouco fundamento não contribuem para o aprendizado sobre os reais problemas do futebol brasileiro.