Que a política é um terreno pantanoso, repleto das mais diversas armadilhas, em que neófitos e raposas experientes são envolvidos em toda sorte de situações, isso já é de conhecimento público. E com a ligeira proximidade das eleições municipais, as pequenas, médias e grandes cidades já se deparam com atores políticos disputando narrativas para o convencimento da população de cada município. É natural, e faz absolutamente parte do processo democrático e da disputa pelo poder. No entanto, o que se torna nocivo neste contexto, é o desvirtuamento dos reais interesses e necessidades da população, colocando a disputa de narrativas pelo poder, acima do que os cidadãos estão esperando.
As eleições no Brasil, com destaque para os pleitos municipais, são oportunidades que ao menos deveriam ser consideradas como um divisor de águas no que tange a equacionar os problemas do país, afinal, cada brasileiro vive em um município. E a partir de cada um, com a exposição das principais demandas e anseios, se vislumbra um futuro melhor. Contudo, não é bem assim que acontece. Grupos politicos, de diferentes correntes ideológicas, se perdem no meio do caminho (se é que um dia já tenham se encontrado no prumo), e inferiorizam o debate da solução de problemas locais para ataques pessoais desnecessários, aparentando não disputar um pleito eleitoral, mas dando claras sinalizações de aniquilamento do adversário, ativando sem dó ou piedade a ''máquina de moer reputações'', que somente os que respiram o ambiente político conhecem bem seus efeitos. Alguns, até irreversíveis. Outros, nem tanto, pois contam com a memória fraca de uma parcela do eleitorado.
Em paralelo, nem sempre a máquina de moer é ativada por adversários. O histórico de determinadas figuras políticas se tornaram unicamente o obstáculo para o sucesso eleitoral, e seus algozes dão apenas um "empurrãozinho" rumo ao precipício. Mas qual o limite desta máquina, se é que ela tem? Ainda mais com muitas fake news, com o avanço da IA e tantos mecanismos tecnológicos... A que ponto chegaremos? O jeito é aguardar para ver, sempre na torre da vigilância, visando salvaguardar a nossa democracia.