Por: Josier Vilar*

O bem que uma Bolsa nos faz

A Associação Comercial do Rio de Janeiro foi o palco escolhido, na semana passada, para anunciar a lei tributária que permitirá a instalação no Rio de Janeiro da nova bolsa de valores.

O prefeito Eduardo Paes, com o apoio da Câmara dos Vereadores e do Governo do Estado, sancionou o projeto de lei que gera incentivos para a criação da 2ª bolsa de valores brasileira.

O anúncio, fundamental para ampliação do mercado de capitais no país, produz em todo o empresariado fluminense e brasileiro a expectativa de que, com o advento da 2ª bolsa, desapareça uma indesejável realidade que destrói um dos pilares da liberdade econômica em um regime democrático que é o monopólio.

A existência do monopólio em qualquer ramo de negócios prejudica o consumidor, pois encarece e dificulta o acesso a produtos e serviços inovadores e de menor custo, desestimula a incorporação de novas tecnologias, pois cria uma zona de conforto em que mudanças não são bem-vindas, além de impedir a competitividade e a liberdade de escolha, fundamentais em qualquer atividade econômica.

Uma 2ª bolsa de valores no Brasil será, portanto, bom para a Bovespa e bom para o Brasil, pois aumentará a competitividade por menores preços dos serviços e garantirá a permanente atualização tecnológica e segurança das operações financeiras em nosso país, hoje restrita a B3.

Para o Rio de Janeiro, local escolhido para sediar a nova BV pela American Trade Group (ATG), organização controlada pelo Fundo Mubadala no Brasil e maior acionista da nova bolsa brasileira, será um grande estímulo para que nossa cidade e Estado voltem a ter participação ativa no ecossistema financeiro do país.

Para as empresas e empresários de todos os tamanhos, especialmente as pequenas e médias empresas que estão prontas ou desejam se organizar para entrar no mercado de capitais, abre-se uma imensa janela de oportunidades que hoje não possuem por ser a B3 mais focada em empresas de grande porte.

A democratização do acesso ao mercado de capitais com tarifas de serviços mais baixos estimulará a ampliação do número de poupadores e investidores de todo o país, tornando a nova bolsa de valores do Rio uma ótima e segura porta de entrada para todos que desejarem participar desse mercado.

Além disso, permitirá a geração de novos empregos e contribuirá, decisivamente, para o desenvolvimento de um hub de inovação digital com novas fintechs na cidade, buscando sempre a diversificação de produtos com mais segurança nas operações de bolsa.

Ainda que não bastasse esse cenário promissor, a nova bolsa de valores terá o papel de resgatar a autoestima do carioca e do fluminense ao voltar a contribuir com todo o país, especialmente com os pequenos e médios empresários brasileiros, para o desenvolvimento e a ampliação de um mercado de capitais inovador, seguro tecnologicamente, com regras de compliance rígidas e totalmente inserida no mundo digital da inteligência artificial.

Esperamos todos que a CVM e o Banco Central possam, em breve, autorizar o início das operações da nova Bolsa de Valores do Brasil.

Liberdade e opções para investir é o bem que a nova bolsa nos faz.

Seja bem vinda Nova Bolsa de Valores do Brasil.

O Rio e o Cristo Redentor a recebem de braços abertos.

*Presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro