Por:

Decepções não podem nos afastar do processo

Não é a primeira vez e nem será a última que mencionaremos decepções políticas por parte do eleitorado. Uma promessa realizada e uma expectativa criada, é sinal de voto depositado na urna. Mas entre a expectativa e a realidade dos fatos, existe uma distância significativa e até dolorosa. Mas já pararam para analisar que as desilusões da vida — até mesmo as desilusões políticas, como tratamos aqui —, devem servir como um vasto aprendizado para escolhas melhores e um pouco mais saudáveis para nós e para toda a coletividade?

Na vida, quando temos alguma desilusão amorosa ou um término abrupto de relacionamento, passado um determinado tempo, lembramos da célebre frase: "a fila anda"! E ela precisa andar mesmo! Afinal, a vida precisa seguir o seu fluxo.

Na política, a fila também precisa andar. A tal "faxina" ou "limpa", tão necessárias para a oxigenação do processo político, depende de cada eleitor e eleitora. Mas este trabalho de limpeza só surtirá efeito com o acompanhamento permanente. É absolutamente natural, diante de tantas desilusões, que uma parcela do eleitorado queira se distanciar da política. É natural? Sim! É uma atitude correta? Obviamente, não! É até oportuno citarmos as sábias palavras de Bertold Brecht, quando destaca o orgulho do "analfabeto político": "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas".

As decepções precisam ser molas propulsoras para a indignação. Mas não se trata de uma indignação indiferente ao processo político/eleitoral. Trata-se de uma indignação sábia, de fiscalização, cobrança, além de olhos e ouvidos muito bem abertos e atentos.

Com tantas ferramentas tecnológicas que temos, tudo está mais simplificado. E dentro de poucos meses, a sociedade brasileira estará novamente envolvida em um novo pleito eleitoral. Será mais uma oportunidade de exercermos nossa cidadania, e o mais democrático dos direitos: o de escolher representantes ao Legislativo, e de elegermos novos prefeitos.

Se distanciar da tomada de decisões, também é uma decisão. No entanto, se você não decidir, outros tantos decidirão por você. Sejamos sábios e partícipes da decisão.