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Todos são iguais e merecem respeito

Tem três assuntos que muitos falam que geram discussões eternas, quase sem fim: política, futebol e religião. Não por menos, o último está dando o que falar, principalmente depois da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris.

Uma cena com personagens exotéricos e bem diferentes, para mostrar a diversidade da população atual, não foi bem vista para quem é ou mesmo quem não é católico, por sua semelhança com o quadro "A Última Ceia". O próprio Vaticano, no seu instagram, emitiu uma nota de repúdio ao episódio e agradeceu o apoio das demais correntes religiosas ao ocorrido.

Obviamente que fazer alusões a objetos, quadros ou mesmo momentos religiosos — seja qual for a crença — precisa de cuidados e um olhar bastante aguçado, para não ferir os sentimentos das entidades que as cercam e dos seus adeptos.

A França é um país onde o catolicismo tem certa predominância, ainda mais se formos olhar pela história da própria Igreja dos Cismas e das brigas entre as correntes católicas, com o mundo tendo até dois bispos, sendo um de Roma e outro de Avignon. Ou seja, o Estado tem uma prerrogativa forte com a crença e, além disso, possui catedrais monumentais, como Notre Dame, que está restaurada depois do incêndio.

Num país que quase teve uma reviravolta política, o governo ou o comitê olímpico local ou mesmo os organizadores da cerimônia de abertura ou todos não terem essa consciência, é algo para se pensar.

Todas as religiões precisam ser respeitadas e hoje, o que mais cresce na França, principalmente pela imigração, é a muçulmana. Com isso, o território francês, que está sendo multicultural, deve olhar com mais cuidado certas questões, para não ferir uns em detrimento de outros.

Este espaço já defendeu outras crenças e não custa lembrar que, antes de qualquer coisa, somos seres humanos e precisamos respeitar uns aos outros, para podermos conviver em harmonia e respeito.

Uma nota ou pedido de desculpa não vai apagar o que foi feito e que o ato sirva de exemplo para que demais não venham a ser praticados, apenas para exaltar como o século XXI está mais moderno.