Por: Helio Paulo Ferraz*

Carta de um Rubro-Negro sobre o estádio do Gasômetro

Todas as estatísticas evidenciam, mais de 50% do Rio de Janeiro é de Rubro Negros. Com o Flamengo jogam aqui todos os clubes da cidade, do estado e do Brasil.Um Estádio do Flamengo é interesse público! Se não, vejamos:

Todas as grandes cidades se esforçam para encontrar soluções destinadas a atrair investimentos relevantes, emprego, renda e arrecadação de impostos. Mas, o Flamengo não pode!

Aqui há os que preferem criar dificuldades, procurar obstáculos, em lugar de facilitar que a cidade obtenha investimentos de vulto como o projeto do "Estádio do Flamengo no Gasômetro". que deve envolver recursos entre obras e serviços para sua construção na faixa dos R$ 2,5 bilhões.

Ademais, pronto acarretará movimento anual de muitos milhões de reais nas diferentes atividades, milhares de empregos temporários e permanentes, aumento na arrecadação de impostos, especialmente, municipais, com os serviços e o ICMS de produtos comercializados, ademais dos federais, nas diversas etapas e negócios envolvidos.

Ainda, constituir-se-á em polo de atração turística, pelos espetáculos mais diversos, obviamente, como o futebol, além de shows, museu, etc.

A questão viária, responsabilidade do setor público, encontra nas cercanias o Terminal Rodoviário, o Metro, a Central do Brasil e Terminal Gentileza. Mas, o Flamengo não pode!

O Real Madrid ressurgiu da crise financeira, há 20 anos, quando a autoridade pública local diante de sua importância para a comunidade autorizou o clube a destinar a área do seu centro de treinamento para a construção de um grande empreendimento imobiliário que foi, então, a principal fonte para reestruturação do seu passivo.

(Transcrito de Grande Jornal de SP, em 01/02/2004) "... conseguiu costurar um acordo para o Real que o tirou definitivamente do buraco. Em outubro de 2000, o clube acertou com a Prefeitura de Madri a cessão de um terreno de 148.677 m2 ao norte do "Paseo de la Castellana", grande avenida que divide a capital.

Graças à mudança de uma lei de zoneamento, passou a ser permitida a construção de edifícios comerciais na região, o que não só facilitou a venda para a prefeitura ..."

Aqui, não! Prevalece o critério de mercado, tanto que pelo Edital, o depósito poderá ser elevado - como condicionante da transferência definitiva - caso uma, eventual, decisão da Justiça revise o valor estabelecido. Mas, o Flamengo não pode!

Lembro que todo Shopping Center - Empreendimento Imobiliário Privado - oferece gratuidade, preço simbólico e, ou, financiamento às obras necessárias à instalação de novos pontos, "ESPAÇOS ANCORA", como Bancos, Super Mercados e tais, em razão do efeito catalítico e da valorização para os demais comércios do complexo, ao trazerem consumidores para toda área.

Incorporadores não devem saber negociar "ESPAÇOS ANCORA" ..., professores de arquitetura... talvez. Hoje, os Grandes Estádios, mundo afora, se caracterizam como alavancas de complexos Imobiliários e de laser, como o nosso. Mas, o Flamengo não pode!

Não cabe discutir aqui firulas jurídicas. Mas, o Flamengo como único interessado, não justificaria impedir-se o aproveitamento econômico do terreno e de toda área.

O interesse público exige ao administrador alternativas, não o refúgio covarde na inação. A voz do povo é a voz de Deus! O FLAMENGO e o RIO, juntos, PODEM SIM!

*Foi Incorporador e Presidente do Flamengo