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Uma bomba-relógio prestes a explodir

Os recentes confrontos entre torcedores argentinos e a polícia brasileira em jogos de futebol acendem um alerta vermelho para a violência nas arquibancadas, que ameaçam transformar a ida de brasileiros para jogos na Argentina um verdadeiro terror. Episódios de violência aconteceram no jogo entre Atlético-MG e San Lorenzo pela Libertadores na última terça, na final da Libertadores de 2023 entre Fluminense e Boca Juniors, e na partida entre Brasil e Argentina pelas eliminatórias.

Embora seja inegável que os torcedores argentinos tenham uma aceitação de comportamento agressivo e provocador, é importante entender que a violência não pode ser encarada como uma resposta aceitável, seja por parte dos torcedores ou da polícia. Se os argentinos não podem ser tratados como vítimas passivas, também não pode ser aplicada a eles à violência policial como solução. Há uma linha tênue entre manter a ordem e escalar o conflito para níveis inaceitáveis.

O ressentimento que cresce entre as torcidas de ambos os países também tem suas raízes em experiências amargas, como os gestos racistas praticados contra torcedores brasileiros em estádios argentinos. Esse ciclo de hostilidade alimenta um sentimento de vingança que pode se tornar explosivo, especialmente considerando que a final da Libertadores deste ano será realizada em Buenos Aires. O perigo de represálias contra torcedores brasileiros é real e iminente, exigindo uma resposta firme das autoridades.

Nesse contexto, é fundamental que a CBF e a AFA unam forças para promover a paz nos estádios, punindo severamente os responsáveis por incitar e praticar a violência.