Mesmo que proibida e ilegal, a compra de votos é uma prática que persiste no Brasil, especialmente neste período de campanha eleitoral que os municípios se encontram. Candidatos ou seus representantes oferecem dinheiro, bens, ou favores em troca do voto de eleitores, corrompendo o processo que deveria ser totalmente democrático. Infelizmente, tal prática acaba distorcendo a vontade popular, favorecendo candidatos que possuem mais recursos financeiros.
A legislação brasileira considera a compra de votos como um crime eleitoral grave. A Lei nº 9.504/1997, conhecida como Lei das Eleições, estabelece que a captação ilícita de sufrágio pode levar à cassação do registro ou diploma do candidato envolvido. Além disso, quem pratica ou tenta comprar votos pode ser condenado a penas de até quatro anos de prisão, além de multa. No entanto, apesar das leis rigorosas, a fiscalização e punição ainda enfrentam desafios.
Já que eleitores que aceitam participar dessa troca também raramente denunciam, seja por medo de represálias ou por considerarem o ato como uma forma de obter dinheiro, alimentos, bens, por exemplo, que, de alguma forma, lhe trará benefícios pessoais. Essa é a realidade de muitas cidades pequenas, no interior dos estados brasileiros.
As eleições em municípios com um número menor de habitantes, em comparação com grandes capitais e regiões metropolitanas, são totalmente atingidas por essa prática ilegal. Em regiões onde a população enfrenta dificuldades econômicas, a oferta de dinheiro ou de outros benefícios pode ser uma tentação difícil de recusar. Que família que não aceitaria um quilo de alimento se está precisando? Que pai de família, que batalha para terminar sua casa própria, não aceitaria sacos de cimento ou ferros? Esse é um fator bem delicado e que não devemos entrar na discussão, somente trazer a informação e a reflexão acerca do assunto.
Em algumas regiões, a compra de votos pode ser vista como uma prática "normal" ou tradicional, o que dificulta a mudança de mentalidade e a implementação de práticas mais éticas. É até motivo para piada, mas há casos de que um engradado de cerveja pode trazer votos para tal candidato. A população acha aquilo normal e até espera durante as campanhas eleitorais. Se dermos uma volta pelo interior afora, veremos festas e mais festas por aí. No caso, cervejadas e mais cervejadas, como alguns falam.
Não estamos aqui para julgar tal pessoa, jamais. Sabemos das dificuldades que muitas famílias passam. Mas é nossa obrigação, também, ressaltar que nem sempre tudo é legal. Impossível taparmos nossos olhos. A compra de votos é considerada ilegal sim e representa um desafio para a democracia, pois compromete a liberdade e a autenticidade do tão importante voto, além de contribuir com aquilo que nem sempre acontece só nos grandes governos: a corrupção.
