Por:

O Brasil está carente de ídolos de verdade

Houve um tempo que o futebol brasileiro produzia craques de um nível tão alto, que até mesmo a rivalidade era posta de lado, permitindo a convivência de ídolos e torcidas rivais com mais respeito e civilidade. O exemplo mais famoso desse caso é a amizade de Roberto Dinamite e Zico, os maiores ídolos de Vasco da Gama e Flamengo, respectivamente.

Após a aposentadoria, os dois craques de bola foram tietados e venerados por torcidas dos quatro grandes clubes do Rio, algo praticamente impensável nos dias de hoje.

Com Roberto Dinamite tive mais contato ao longo de seus últimos anos. Bob sempre se mostrou solícito a todos os fãs, chegando a autografar camisas de outras equipes com a maior naturalidade. Em 2023, quando faleceu, ídolos e torcedores de diversos times do Brasil compareceram ao seu funeral no Estádio de São Januário.

Nesta semana, pude entrevistar Zico e o que vi foi a humildade de outro craque eterno que sabe sua importância no esporte e na vida de milhões de brasileiros. Na partida de abertura da Copa da Amizade, no CFZ, o Galinho atendeu torcedores do Botafogo, do Flamengo, do Atlético-MG e até do Vasco, sempre com um sorriso no rosto para fotos e autógrafos.

Craques e ídolos são forjados pelo que fazem dentro de campo, mas principalmente por suas atitudes fora de campo. E pelo que vi nesta semana, só consigo lamentar por estarmos vivendo uma geração de jogadores tão marrentos e carentes de humildade, se achando acima do bem e do mal.

Falta aos novos jogadores entenderem o que representam e como devem agir, porque eles são espelho para milhões.