Quando o mau exemplo mora ao lado

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Com a previsão da inauguração do novo estádio do Flamengo prevista para 2029, pode acontecer no Rio de Janeiro um fenômeno parecido com o que já ocorre há décadas em São Paulo: cada clube grande do estado com o seu próprio estádio.

Em outros tempos, os principais jogos do futebol paulista costumavam ter o Morumbi, estádio com maior capacidade em São Paulo, e o Pacaembu, estádio que pertencia ao Município, como palcos prioritários.

Entretanto, após o Corinthians inaugurar sua arena, o Palmeiras modernizar o seu estádio e o São Paulo dar a sua cara ao Morumbi, cada grande paulista passou a mandar seus jogos, incluindo os clássicos, em suas casas. Assim como o Santos na tradicional Vila Belmiro.

Esse processo fez com que clássicos parassem de ser disputados com torcidas divididas e, a partir de 2016, com as lamentáveis torcidas únicas. Uma determinação da Segurança Pública de São Paulo que demonstra toda a ineficácia das autoridades no combate à violência.

O Rio de Janeiro, que ainda mantém o Maracanã como o palco dos grandes confrontos e seus clássicos ainda são disputados com torcidas divididas - e até misturadas em alguns setores-, pode estar prestes a entrar em uma nova fase. Vasco com o seu São Januário modernizado, o Botafogo com o Nilton Santos, o Fluminense com o Maracanã e o Flamengo com o seu estádio no Gasômetro.

Que esta nova fase não siga os tristes passos do futebol paulista. O Rio tem um exemplo ao lado de como não prosseguir. O futebol carioca e seus torcedores devem lutar para manter as torcidas divididas e os grandes clássicos no eterno Maracanã.