É preciso olhar para o Legislativo

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Com a proximidade das eleições municipais nas mais de 5 mil cidades brasileiras, oportunidade em que serão escolhidos prefeitos e vereadores, acaba sendo natural o foco apenas na escolha para o Executivo, muito por conta da exposição em debates (quando há em determinadas cidades) e da campanha eleitoral intensa na briga por prefeituras. Mas em hipótese alguma se pode esquecer da representatividade nas câmaras de vereadores. A vereança é o exercício de proximidade com a população.

O vereador possui como uma de suas principais atribuições, a escuta permanente dos anseios mais latentes dos cidadãos de qualquer município. Com escuta e proximidade ativas, no parlamento, ele é o responsável direto por buscar soluções junto ao poder Executivo, através da elaboração de projetos de lei e na fiscalização dos atos da prefeitura. É um princípio basilar.

Contudo, na disputa por uma das cadeiras ao Legislativo (e cada cidade possui o seu quantitativo estabelecido), é comum que figuras sedentas pelo poder, e fazendo o jogo do vale tudo eleitoral, se apresentem como solucionadores de todos os problemas em âmbito municipal. Em toda eleição, determinadas "figuras" que almejam a vereança, prometem construir escolas, postos de saúde, levar abastecimento de água e proporcionar mais segurança aos munícipes. Todas atribuições do poder Executivo, e não de um legislador. Seja por desconhecimento ou por um grave desvio de caráter, essas sandices são propagadas nas eleições, especialmente nas disputas municipais. E uma parcela considerável da população, na busca incessante pela resolução dos problemas, confia e vota em quem não poderá equacioná-los, e por uma razão absolutamente simples: não é de sua alçada.

Se existe uma insatisfação no que se refere aos representantes eleitos nas esferas municipal, estadual e federal, se faz necessário recordar que todos, sem exceção, foram eleitos pelo voto popular. A câmara municipal de sua cidade é um claro exemplo de decadência ética e moral? Está na hora de substituir os que lá estão, por cidadãos minimamente sérios, competentes e dispostos a serem efetivamente legisladores.