Existem candidatos e candidatos...

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Já estamos em período de campanha eleitoral. Em municípios menores, bandeiras e candidatos pelas ruas é o que mais se vê. Já em grandes, outros métodos são adotados para que seus nomes cheguem ao máximo de eleitores possíveis.

Um dado, divulgado recentemente, que vem chamando a atenção e merece ser assunto de reflexão para vocês leitores, e, claro, eleitores que irão às urnas em outubro. As candidaturas com identidade religiosa cresceram 225% nos últimos 24 anos. O número de candidatos a vereador e prefeito que utilizam de forma explícita sua religião em seus nomes de campanha só vem aumentando. Neste ano, já são mais de 7,2 mil nomes envolvendo o catolicismo, protestantismo, umbanda e candomblé, por exemplo.

Diante de dados como este, surgem alguns questionamentos que devem ser feitos. Mesmo sendo dois temas bem complexos, podemos afirmar que anda existindo um forte apelo da religião na política. Mas por quê? Será que realmente é para ajudar e vestir a camisa na defesa contra intolerância religiosa e das causas que a religião do candidato segue?

Estamos diante de um aumento também de casos de intolerância religiosa no país e isso é muito grave. Se estes mesmos candidatos estão dispostos e levantarem a bandeira contra este mal que ronda todo país, está tudo certo. Porém, isso nem sempre é o que acontece na prática.

Nomes evangélicos são os mais recorrentes nas urnas, como apontou a pesquisa. Neste mesmo contexto, em um breve levantamento, observamos que a maioria dos casos de intolerância religiosa surgem de nomes também evangélicos. Não há como termos representantes em prefeituras e câmaras que criticam, abominam e pregam contra outra religião, que não seja a que pratica.

Por outro lado, também temos muitos que utilizam nomes relacionados às suas crenças, no caso de pessoas que frequentam religiões de matriz africana, para se autopromoverem e não para defender as suas causas.

Enfim, um dado que merece reflexão e que desperte a atenção de todos os eleitores brasileiros. O que a religião tem a ver com a política? Essa resposta veremos após nomes, como estes relacionados na pesquisa, conquistarem suas cadeiras e fazerem seu trabalho. Seja qual forem as intenções, saberemos.

O que podemos fazer é torcer para que, de fato, aqueles que usam da religião para concorrer à eleição, estejam fazendo isso com respeito, e não somente para se 'autopromoverem'.