A diferença entre 'lacrar' e debater

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Que o processo eleitoral no Brasil em dados momentos beira ao cômico, isso já é de conhecimento geral. Figuras caricatas tentando se sobressair de alguma forma no pleito, usando e abusando do carisma, ou simplesmente "forçando a barra", é uma fotografia corriqueira nas disputas. Quando são eleições municipais, muito mais próximas da população, aí é que enxergamos a dimensão. No entanto, a eleição não pode ser vista como um "circo". É o momento para se debater o destino das cidades, na busca por uma constante melhoria na qualidade de vida da população.

Candidatos às prefeituras, por exemplo, precisam ter em mente que mais do que tentar "lacrar" nas redes sociais, é fundamental apresentar propostas exequíveis para o desenvolvimento da cidade em que almeja o cargo máximo. Um bom orador ou influenciador, não necessariamente poderá ser um bom gestor.

O eleitor, por sua vez, precisa ter os pés no chão para compreender o seu papel, assim como o da classe política. Tem eleitor que condena a corrupção, mas na primeira oportunidade de se vender para as investidas do candidato, não pensa duas vezes. A barganha política, além de deplorável, também é uma clara sinalização de que os representantes são o espelho dos representados. Se há insatisfação por uma parcela considerável dos eleitores, é porque as escolhas não são as mais apropriadas e alinhadas com um único propósito: trabalhar pelo crescimento das cidades e, consequentemente do país.

É natural no calor do processo eleitoral, a elevação do tom. O clima realmente "esquenta" e as críticas entres adversários são destacadas. Mas saber o que ser quer e o que se pretende fazer no cargo, deve ser uma obrigação dos que pleiteam o Executivo. Não basta apenas falar e tentar viralizar o que falou. Se o intuito é tão somente este, então que permaneça como influencer ou comunicador, e não se aventure em querer ser gestor.

Aliás, lacradores não serão os solucionadores dos problemas. Portanto, é necessário maturidade (de eleitores e candidatos), para que o processo eleitoral não seja apenas mais um. Mas que se torne um divisor de águas no exercício democrático, contribuindo para o progresso do país.