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Desequilíbrio e ausência de propostas

Não é de agora que podemos constatar a mais completa decadência dos debates eleitorais na TV. Candidatos ao Executivo que mais se preocupam em disparar agressões gratuitas contra adversários, do que efetivamente tratar dos destinos das cidades a que pretendem governar.

Embora seja fomentado o entendimento de que o brasileiro adora uma confusão, o momento da disputa eleitoral não pode, em hipótese nenhuma, tornar-se um picadeiro. Debate e propaganda eleitoral não podem virar um "circo". É preciso respeitar a inteligência do eleitor, e elevar o nível das discussões sobre o que realmente é preponderante: a melhoria da condição de vida dos cidadãos, consolidando políticas públicas eficazes, em diversas áreas.

No recente debate exibido pela TV Cultura, milhares de pessoas assistiram a uma cena absolutamente patética envolvendo dois candidatos à Prefeitura de São Paulo, a maior cidade do país. Como se já não fossem lamentáveis cenas de agressões verbais e o instinto provocativo de determinados candidatos, que conseguem inferiorizar as discussões da cidade com um nível baixíssimo, também assistimos a uma agressão física. O descontrole emocional tomou conta, ratificando que, para se governar uma cidade (seja a maior cidade do país ou qualquer outra), é preciso equilíbrio, controle emocional e capacidade para priorizar a razão, ao invés da emoção.

Em paralelo, por uma consequência do acirramento político, uma discussão aprofundada sobre a reformulação dos debates televisivos já é levantada, dada as circunstâncias de agressividade e polarização.

Embora o cerne da discussão seja a cidade de São Paulo, é necessário ressaltar que em todos os municípios brasileiros, a decisão de um futuro promissor passa pelo voto no dia 6 de outubro. Faltando apenas 18 dias para a realização do pleito, é importante que os eleitores se atentem ao histórico e postura de cada candidato a prefeito e também a vereador que se apresentam até aqui. Comandar uma cidade é uma responsabilidade imensa, e que não pode cair nas mãos de despreparados, desequilibrados e facínoras.