Que o Oriente Médio é um barril de pólvora isso muitos já sabem. Agora, o grande temor é se uma guerra estourar de fato na região, pois o risco de ter uma terceira mundial é enorme.
África e Oriente Médio são duas regiões do mundo onde ainda podem ser vistos resquícios da Guerra Fria. Vale lembrar que grande parte do continente africano ficou sob o guarda-chuva da URSS, com muitos países no período da independência recebendo apoio dos soviéticos. E a península arábica, por si só, tem, além das influências dos Estados Unidos e da Rússia, as questões culturais e históricas que atrapalham as relações diplomáticas em algumas situações.
A morte do líder político do Hammas provocou reações não apenas entre Israel e o grupo extremista, como também envolveu outros países, como Irã e Líbano, que apoiam financeiramente a facção. A grande questão é que, neste xadrez, as potências mundiais entram em xeque, provocando o tabuleiro para ver quem fica mais próximo do rei - neste caso do primeiro ataque.
Os pagers (ou walkie-tokies) que explodiram recentemente, do Hezbollah, que acusou Israel de provocar o atentado, só prova o quanto essa região ainda tem resquícios não apenas políticos, como religiosos de outrora.
Mais do que esse tipo de provocação ou de ataque, o Oriente Médio ainda tem a força dos países do Ocidente, como Estados Unidos e Inglaterra, assim como do Oriente, como a Rússia e a China. Ou seja, é uma área do Globo que não se fragmentou totalmente da Guerra Fria e ainda sente quando conflitos acontecem, como esse mais recente, entre Israel e Hamas.
Por mais que muitos saibam que a solução para esse local seja uma divisão justa de Jerusalém, muitos não querem largar o osso e dar voz para os seus inimigos. Com isso, o mal que acomete o Oriente Médio nunca vai terminar, pois ninguém vai querer dividir o espaço com os seus oponentes não apenas de hoje, como de ontem e de um passado distante, já que árabes e judeus não falam a mesma língua e nem a mesma simpatia.