O brilho paralímpico nas cidades do país

Por

O desempenho do Brasil na Paralimpíada de Paris é motivo de grande orgulho para o país, com 89 medalhas conquistadas - 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes -, assegurando o quinto lugar no quadro de medalhas, o melhor resultado da história. Esse sucesso não veio por acaso. O planejamento estratégico iniciado em 2017 foi muito importante para essa conquista, refletindo uma mudança de direção que resultou em maior investimento e apoio aos atletas.

No entanto, a questão que se coloca é: como podemos estender esse sucesso no esporte para a sociedade como um todo? O Brasil tem se destacado em proporcionar condições excepcionais para os atletas paralímpicos, mas será que nossas cidades estão igualmente preparadas para oferecer uma infraestrutura que atenda às necessidades de todas as pessoas com deficiência? O legado do esporte paralímpico precisa ir além das arenas de competição, servindo como um estímulo para que o país invista em políticas públicas que façam de nossas cidades ambientes inclusivos.

É evidente que a estratégia adotada no esporte é um exemplo de como o planejamento gera resultados. O mesmo princípio deve ser aplicado à urbanização e à criação de espaços públicos. O que vemos são cidades que não estão prontas para acolher cidadãos com deficiência. Rampas inadequadas, falta de transporte público acessível, ausência de sinalização adaptada às necessidades são desafios diários enfrentados por milhões de brasileiros.

Estender o sucesso paralímpico significa usar o esporte como um catalisador de transformação social, garantindo que a infraestrutura urbana avance com a mesma eficiência com que o esporte evoluiu.