Futebol brasileiro, uma decepção

Por Paulo Cézar Caju*

Dorival fez a convocação na sexta

Geraldinos, realmente o futebol brasileiro está decadente. Não dá mais para ver Danilo sendo capitão da Seleção, Éder Militão sendo o seu substituto e Marquinhos na zaga. Fora os individualismos de Vinicius Júnior e Endrick. Sem contar os desfiles de moda e de penteado dos jogadores…O único que, ao meu ver, ainda se salva é Rodrygo, que ainda busca jogadas mais coletivas e usa sua habilidade para buscar o gol, e não para as câmeras e virar comentário de jornalistas.

Por falar nestes jornalistas (ou analistas de computadores), essa história de falar antes do jogo que uma equipe é melhor do que a outra ou dizer que uma tem mais chance de vencer do que a outra, debochando do adversário, é algo que precisa acabar. Zinho, Paschoal e Mauro Naves, que ainda não assimilou a demissão da Globo, ficaram achando que a Seleção iria vencer com facilidade pelo Paraguai, mesmo o jogo sendo em Assunção. Resultado, a derrota por 1 a 0 nem foi comentada no programa seguinte. Pareceu até que nem teve a partida.

E o que falar do nosso treinador, Dorival Júnior, dizendo que o Brasil estará na final da Copa do Mundo, antes do jogo contra o Paraguai? A derrota por 1 a 0 já até, ao que diz a grande mídia, pôs a CBF em busca de um novo treinador, caso as próximas rodadas das eliminatórias, de outubro e novembro, não tenham resultados satisfatórios. Ou seja, o grande problema não está, efetivamente, no treinador em si, mas no próprio comando da CBF, que não sabe o que quer de fato e está jogando fora mais um ciclo de Copa do Mundo, e acreditando em um milagre.

Falando no futebol brasileiro, o Fluminense pode até não cair, mas vai sofrer bastante com Mano Menezes e sua teoria de "1 a 0 é goleada". O time jogou recuado em todo o segundo tempo contra o Juventude e tomou a virada. Mais do que demérito da equipe Tricolor, méritos do time de Caxias do Sul e de Jair Ventura, que vem fazendo um bom trabalho na equipe gaúcha.

Antes da pérolas, o que dizer de Tite/ Matheus Bacchi e Ramon Diaz/ Emiliano Diaz? Não sabemos mais quem é o treinador nas coletivas. Parece que um é só para o campo e outro para responder aos jornalistas. A pergunta é sobre o desempenho do time para o treinador e quem responde é o auxiliar! Ou será que o treinador é Matheus Bacchi/ Emiliano Diaz e os auxiliares Tite/ Ramon Diaz? Que confusão…Ou melhor, que decepção…Futebol cada vez mais virando a Casa da Mãe Joana.

Pérolas da Semana

1 - "Quebrando a primeira linha com a marcação alta, fazendo ver as coisas (que coisas?) com um machado (a bola virou pedra?), desbloqueando as outras linhas"

2 - "Jogador que joga de costas foi contratado para dar o facão por dentro, com intensidade física, amassando ou espetando o adversário (sem comentários...)

3 - "Cães de guarda para pegar a segunda ou terceira bola (só existe uma em campo!), jogando a partida na segunda linha de cinco mais por dentro, para balançar a linha de quatro do adversário, dando na diagonal, atrás da linha da bola (chama um matemático para explicar essa geometria!)"

4 - "Vinha na diagonal, após uma passe na vertical, amassando o outro time com atacantes agudos e dando tapa na orelha da bola (bola tem gomos, não tem face!), chapando a cara da bola (de novo!)"

5 - "Perdeu a fome o atleta que duela (fechou a cozinha?)"

6 - "Consistência para manter o duelo dos gigantes em campo, incomodando a rodo e sem encorpando para amassar o outro"

7 - "Gerar espaço sem estar muito aberto ou centralizado, para os três setores funcionarem em conjunto" (tradutor, por favor?)"

8 - Ficar confortável em campo, atacando a largura, vindo de fora para dentro e espetando e amassando o outro time, mudando a chavinha e indo para fora da curva".

*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).