Rock in Rio, muito além de um festival

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O Rock in Rio virou mais do que um festival de música, e sim uma marca de liberdade. A edição em homenagem aos 40 anos da idealização do evento — algo narrado no musical "Sonhos, lama e Rock and Roll", que pode ser visto na Cidade do Rock — foi uma celebração do melhor da música nacional e internacional, além de mostrar toda a diversidade e pluralidade do mundo atual.

Grandes nomes da música subiram nos seis palcos do Rock in Rio (Mundo, Sunset, New Dance Order, Global Village, Favela e Supernova), mostrando não apenas o melhor das suas carreiras, como do estilo musical ao qual defendem. Seja da eletrônica ao rap, passando pelo pop, soul, R&B, funk, bossa nova, MPB e, claro, o rock, todos os artistas se entregaram ao máximo e deram ao público o gostinho do "quero mais" em cada performance.

O "Dia Brasil" — sábado, 21 — marcou a estreia do gênero que une gerações e que é uma marca na MPB: o sertanejo. Com Chitãozinho & Xororó sendo os grandes maestros desse encontro da música caipira, sucessos não faltaram. E o coral em "Evidências", mostrou como o gênero é forte no país e merece estar no festival em 2026.

O que dizer do "Dia Delas". A mistura de Katy Perry, Cindy Lauper, Gloria Gaynor, Iza, Karol G e Ivete Sangalo — as principais do setlist — fez com que famílias fossem ao festival, com as filhas querendo ver a nova diva do pop (Katy) e as mães as divas da época delas (Gloria e Cindy). Não por menos, quando Katy chamou Cindy para cantar "Time after time", um dos grandes sucessos da roqueira dos anos de 1970/1980, a plateia toda foi junto. Uma prova de como as grandes vozes nunca perdem a majestade. Isso sem falar de Mariah Carey, que fez um show arrebatador no domingo (22), mostrando o quanto ainda é querida pelos brasileiros e que tem voz para mais tantos anos de estrada.

O Rock in Rio 40 anos provou como o festival pode se revigorar e atrair multidões. Por mais que o line-up deste ano não tenha sido um dos mais fortes — tanto que alguns dias demoraram para se esgotarem —, o evento ainda movimenta o coração do brasileiro. Uma crítica para 2026 seria pensar melhor na escalação das bandas e dos headliners, para chamar o público a vir ao festival. O "Dia Delas" foi o maior exemplo disso, além do "Dia do Rock"; assim como a quinta, dia 19, que, com Ed Sheeran como atração principal, não empolgou muito.

Os erros e acertos desta edição de 40 anos provavelmente serão levados em consideração para 2026 e até mesmo para  The Town, o festival de São Paulo, que estreou em 2023 e já tem data marcada para 2025: 6, 7, 12, 13, e 14 de setembro. Mais do que por um mundo melhor, que a Rock World faça jus ao sonho de seu criador, Roberto Medina, e inspire as pessoas de realizarem seus desejos.